Advogados e criminosos de facções utilizavam códigos para despistar a polícia durante conversas, em Goiás

Entre os 16 advogados presos na Operação Veritas, realizada pela Polícia Civil (PC) no último dia 6 setembro, sete tiveram prisões preventivas mantidas pela Justiça durante audiência de custódia. O documento sigiloso, ao qual o Diário do Estado (DE) teve acesso, também expõe as conversas realizadas entre os suspeitos e membros das facções paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), e goiana Amigos do Estado (ADE). Ambas são aliadas.

Conforme o documento, os advogados eram escolhidos a dedo e também tinham um perfil: idades entre 26 e 30 anos e no início da carreira. Eles recebiam quantias entre R$ 5 mil e R$ 20 mil por mês das facções, para que agissem como ‘garotos de recados’, fazendo uma espécie de ponte entre os presos de Goiás e criminosos da favela do Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro. 

Entretanto, os valores eram pagos de acordo com a importância do advogado para a facção. Os mais importantes, por exemplo, recebiam até R$ 20 mil em um único atendimento. Alguns deles, inclusive, se conheciam e trabalhavam para os mesmos presos.

Códigos

Entre as conversas adquiridas pelo DE, se destacam os códigos utilizados pelos criminosos e advogados, a fim de despistar as suspeitas da polícia. Nos diálogos, os criminosos usam palavras como: lojas, carros, carros originais, camisa branca e camisa amarela, além de denunciarem membros da facção por estarem vendendo drogas e armas sem o conhecimento dos ‘chefes’.

Conforme o documento, as lojas seriam os pontos de venda de drogas, os carros seriam a mercadoria (drogas) e os carros originais seriam as drogas puras, sem mistura e de maior valor. As camisas, por outro lado, também se referem ao comércio ilegal de entorpecentes. A camisa branca seria cocaína e a camisa amarela simboliza o crack.   

Como o processo segue em segredo de Justiça, os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Confira:

“Advogado: Referente a loja, já montei só falta um bom funcionário.

Preso: Mano, quero saber quantos carros pegou e se foi com o tio. Sobre o funcionário fica tranquilo que dará certo. Você já soltou todo mundo?

Em uma outra conversa, um outro preso faz a seguinte pergunta: 

Preso: Bom dia, mano ‘véio’. Estou precisando trabalhar, não vou ficar mais parado e tem muita gente que depende de mim. Estou precisando da sua ajuda e só vou vender os carros originais para não dar dor de cabeça. Se puder adiantar 10 camiseta branca e 20 amarela. Fala para o Dedé que eu vou soltar a dele original, para que o Pingo e o Gegê não ‘solta’ a menos de 10. Você tá soltando a 13?

Um dos presos também pergunta aos advogados como está o andamento nas lojas (pontos de vendas).

Preso: Quero saber se é você mesmo que está falando com o meu tio. Pergunta para ele quando vai fazer pra mim. Se vai mandar os 15 amarelo e os 20 do branco, se vai fazer por R$ 15 mil para me ajudar. Organiza a loja e arruma uma pessoa ‘responsa’ para trabalhar. Passa R$ 3 mil para a Natália e avisa que vou mandar todo mês, mas fala para ela cadastrar a minha filha. Estou chateado com a atitude dela. Manda a resposta o mais rápido possível pela doutora (se referindo a uma das advogadas presas e que teve a prisão preventiva mantida).”

Advogado denuncia membro por traição 

“Advogado: Você mandou ideia pelo Douglinhas? Era para ele ajudar a olhar a região, então ele criou asas e tá tomando a sua quebrada. Colocou um monte de moleque que não escuta a minha voz, vou levar ele nas ideia para os irmãos está resolvendo isso aí. Coloquei o Brenin no morro para ser os meus olhos lá.

Preso: Fala para levar o Douglinhas na final e cortar as asas dele, é para puxar o freio. As lojas lá são minhas, para ele vender só as minhas roupas, que é para se virar e arrumar o meu dinheiro.”

Prisão 

A PC desconfiou da atuação dos advogados ao receber informações de que um preso no Presídio de Planaltina de Goiás recebeu 600 visitas de advogados em um ano, ou seja, quase duas visitas por dia.

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Natal do Bem amplia acesso com nova entrada pela BR-153

O acesso via BR-153 é novidade na edição do Natal do Bem 2024, em Goiânia. Este ano, o evento conta com seis áreas de estacionamento, sendo duas próximo à rodovia federal. Ao todo, são 12 mil vagas rotativas e gratuitas disponíveis para os visitantes.

Para chegar ao Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) pela BR-153, é necessário seguir pela marginal no primeiro ponto de acesso – próximo à Universidade Paulista (Unip), virar à direita na Rua Recife/Araxá, fazer o retorno, virar à direita na Alameda Barbacena e, por fim, virar à esquerda na Rua 106.

Para quem preferir outro percurso, pode fazer o trajeto pela GO-020, virar à direita na Avenida Doutor José Hermano e seguir até os pontos de estacionamentos próximos ao CCON. Há equipes técnicas em todos os locais para orientar os visitantes.

Em todos os acessos (vias BR-153 e GO-020), há também pontos de embarque e desembarque para usuários de transporte por aplicativos.

Para os usuários do transporte coletivo, o Natal do Bem conta, este ano, com duas linhas exclusivas e gratuitas: uma com ponto de embarque e desembarque no Deck Sul 1 do Flamboyant Shopping, e outra com ponto em frente ao Museu Zoroastro, na Praça Cívica.

As linhas funcionam de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas. A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) também opera duas linhas regulares que atendem o itinerário até o local do evento: a 990, com parada no Terminal Praça da Bíblia, e a 991, no Terminal Isidória.

O Natal do Bem é uma iniciativa do governo estadual, por meio do Goiás Social e Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e conta com entrada, estacionamentos e mais de 300 atrações culturais gratuitas.

O complexo natalino possui mais de 30 mil metros quadrados, quase três milhões de pontos de luz e uma Árvore de Natal de 40 metros de altura. A expectativa é que 1,5 milhão de pessoas visitem o evento, que segue até 5 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas.

O evento conta com os patrocínios da Saneago, Flamboyant Shopping, Flamboyant Urbanismo, O Boticário, Sicoob, Sistema OCB, Equatorial e Mobi Transporte.

Mapa dos acessos ao Natal do Bem:

 

 

 

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