Advogados sem carteira da OAB são alvo de 16% do total de denúncias no Conselho

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Advogados sem carteira da OAB são alvo de 16% do total de denúncias no Conselho

Um levantamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela que 16% das denúncias recebidas são por pessoas que exercem ilegalmente a profissão. A advocacia exige que o profissional seja aprovado em provas objetivas e subjetivas e ainda restringe a atividade ao estado em que está inscrito no Conselho. O combate à prática resultou em 112 notificações e recomendação de aproximadamente 103 ajuizamentos de ações para que os envolvidos cessem o exercício irregular.

 

“Quando a sociedade usufrui de serviços advocatícios prestados por pessoa não habilitada, o risco de ter seu direito não protegido é exponencialmente aumentado. Por isso, é fundamental estar atento e verificar sempre a regularidade do profissional antes de confiar a ele a defesa de seus interesses. A Ordem está vigilante e atuando incansavelmente por meio da Coordenação Nacional de Fiscalização para coibir e punir a atuação de advogados e empresas que não estejam em conformidade com as normas éticas e profissionais da advocacia”, esclarece o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti.

 

Para a população, o maior risco é pagar por um serviço considerado sem validade ou reconhecimento pela Justiça. A orientação é conferir no Cadastro Nacional dos Advogados (CNA) as informações de todos os advogados e estagiários atuantes no país. Basta pesquisar por meio do nome ou número de inscrição do profissional. O impedimento profissional vale para quem não tem registro na OAB, para quem está suspenso, licenciado ou que passe a exercer atividade incompatível com a advocacia.

 

Denúncia é fundamental

 

O exercício ilegal da profissão é contravenção penal prevista em lei e ode acarretar a propositura de Ação Civil Pública. A lei das Contravenções Penais determina que “exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: pena – prisão simples, de quinze dias a três meses ou multa”. 

 

Constatada a fraude, a vítima poderá procurar a OAB mais próxima ou acessar os canais de atendimento à distância para noticiar eventual prática de exercício ilegal da atividade da advocacia. A denúncia pode ser feita tanto pelo http://oab.org.br/seccionais, quanto pelo http://fiscalizacao.oab.org.br/home/Fiscalizacao_Seccionais.  O Conselho Federal da OAB (CFOAB) também pode ser acionado. Para isso, o cidadão pode utilizar o aplicativo “Fiscalização OAB”, disponível para IOS e Android e do site http://fiscalizacao.oab.org.br.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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