Afasia: entenda a condição que afastou Bruce Willis da carreira de ator

Nesta quarta-feira (30), a família de Bruce Willis, 67 anos, anunciou a aposentadoria do ator, por conta do problema de saúde chamado afasia. A condição afeta a capacidade de uma pessoa se comunicar.

Segundo o neurologista e coordenador do Ambulatório de Doenças Neurovasculares do HGG Goiânia, Marco Túlio Pedatella, a Afasia pode ser um sintoma ou uma doença – chamada de Afasia Progressiva Primária. A afasia enquanto sintoma costuma ser consequência de outros problemas de saúde, como tumores e AVC. Já a doença em si tem causa genética, na maioria dos casos.

“A afasia é um distúrbio de linguagem – seja oral (ao falar), seja escrevendo ou compreendendo o que outras pessoas dizem. No caso da afasia primária progressiva, é preciso ficar alerta porque a doença está muito ligada com a demência frontotemporal. Não que o paciente vá desenvolver a demência, necessariamente. Mas é um sinal de alerta”, explica o neurologista.

A família de Bruce Willis ainda não divulgou em qual situação se encaixa a afasia do ator, mas o médico acredita que há mais possibilidade de ele ter recebido o diagnóstico para a doença. “No caso dele, o diagnóstico deve ter sido de Afasia Progressiva Primária, já que, pelo que se sabe, ele não teve episódio de AVC ou tumor”, explica.

O diagnóstico é clínico, feito pelo médico, e não há um exame específico que defina se o paciente está ou não com afasia. De acordo com os sintomas, é possível definir os níveis da afasia – se o paciente consegue falar, se compreende o que é dito e ainda se consegue repetir o que ouviu.

Como prevenir a afasia

No caso da Afasia Progressiva Primária, que tem ligação genética, é difícil se falar em prevenção. Por outro lado, prevenir a afasia enquanto sintoma é possível ao manter hábitos saudáveis que previnem a hipertensão e o câncer, por exemplo.

Outra estratégia que previne adoecimentos do cérebro relacionados a demências – que são mais comuns a partir dos 75 anos – é manter o órgão em constante estímulo. “Aprender sempre coisas novas é bom para o cérebro. Quanto mais aprendemos, mais reserva o cérebro tem para queimar”, explica o especialista.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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