Agehab e TJ assinam cooperação para moradia em conflito fundiário

A Agência Goiana de Habitação (Agehab) e o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) assinaram, nesta quinta-feira, 10, Termo de Cooperação que assegura o planejamento de soluções, em casos de conflitos fundiários em ocupações, a famílias que se enquadrem em critérios de atendimentos nas políticas de habitação de interesse social do estado.

O termo foi assinado pelo presidente da Agehab, Alexandre Baldy, e presidente do TJGO, desembargador Carlos França. A união de forças dos dois órgãos, segundo Baldy, torna-se um exemplo de atuação dos poderes públicos no atendimento à população mais vulnerável.

COOPERAÇÃO

“O objetivo é que a Agehab e a Justiça unam forças para acolher essa família que está em uma área que é de outro proprietário e possa analisar se é possível encaminhá-la a programas estaduais, como Pra Ter Onde Morar – Construção ou Aluguel Social”, exemplifica o presidente.

Baldy ressalta que será necessário, conforme andamentos dos trabalhos, analisar se as famílias se enquadram em normas legais e regramentos previstos na legislação.

“Tudo será feito para que aquelas que estejam dentro das normas e regras da Justiça e do Governo de Goiás tenham a proteção social necessária”, salienta. Segundo ele, não há distinção entre famílias que estejam em ocupações de áreas públicas ou privadas.

ATUAÇÃO CONJUNTA

Conforme prevê o acordo, com validade de 24 meses, a Agehab passa a atuar em conjunto com a Comissão de Soluções Fundiárias (CSF) do TJGO, criada em 2022, participando de visitas técnicas do Tribunal também com sua equipe.

A Agência passa ainda a participar de sessões de mediação e poderá contribuir com soluções para garantir o acesso à moradia a pessoas em vulnerabilidade social que vivam em áreas de desocupação.

Segundo levantamento da CSF, o termo assinado deve alcançar cerca de 3,7 mil moradores de áreas em conflitos fundiários, entre eles 221 idosos, 7 grávidas, 1,6 mil crianças e 22 pessoas com deficiência.

Essas pessoas integram 24 processos em análise pela comissão, presidida pelo desembargador Anderson Máximo. De acordo com o Tribunal de Justiça, a ação poderá encontrar soluções para situações de ocupação urbana em cidades como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa, Anápolis e Itaberaí.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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