Agência nuclear da Ucrânia relata aumento de radiação em Chernobyl

A agência nuclear da Ucrânia informou nesta sexta-feira (25) que está registrando um aumento nos níveis de radiação no local da extinta usina nuclear de Chernobyl. De acordo com a agência, o aumento seria causado por distúrbios no solo, sem danos às instalações nucleares. A intalação, que foi palco de um grave acidente em abril de 1986, foi tomada por tropas russas nesta quinta-feira (24), durante o primeiro dia de invasão e bombardeios na Ucrânia, o que liga o sinal de alerta no ocidente.

Conforme a Casa Branca, sede do governo americano, os russos também estão mantendo trabalhadores da usina reféns. Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, condenou a ação. “Estamos indignados com relatos confiáveis ​​de que soldados russos estão mantendo funcionários das instalações de Chernobyl como reféns”, frisou.

“Essa tomada de reféns ilegal e perigosa, que poderia prejudicar os esforços rotineiros do serviço civil necessários para manter e proteger as instalações de resíduos nucleares, é obviamente incrivelmente alarmante e muito preocupante. Nós o condenamos e solicitamos sua libertação.” completou a porta-voz.

Rússia x Ucrânia

A Ucrânia entra hoje no segundo dia de bombardeios e ataques contra o país, coordenados pelas tropas russas. A capital Kiev está cercada por militares e pelo menos 33 civis foram atingidos. Duas crianças morreram até o momento. O Ministério da Defesa ucraniano diz ter abatido um avião russo e matado mais de 800 soldados.

Em comunicado na noite desta quinta-feira, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, afirmou que o país foi abandonado após a invasão russa. ”Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado”.

De acordo com ele, países do Ocidente se negaram a ajudar o país por medo: “Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo’, afirmou.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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