Agressivo, câncer de pâncreas tem se tornado mais frequente em mulheres jovens

câncer

O câncer de pâncreas é considerado um dos mais mortais por especialistas. O diagnóstico tem se tornado mais comum em mulheres e jovens, de acordo com os oncologistas. A doença passou a integrar de forma inédita a lista dos dez tumores com maior incidência entre o público feminino das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O adenocarcinoma é responsável por cerca de 1% de todos os tipos e por 5% do total de mortes desse grupo no Brasil, segundo o  Instituto Nacional de Câncer (Inca).

 

O quadro de incidência é um dos pontos destacados pela chefe do Grupo de Epidemiologia Genética e Molecular do Centro Nacional de Pesquisa do Câncer (CNIO), Núria Malats,  em entrevista à Folha de S.Paulo. A tendência da doença entre mulheres também é verificada em países desenvolvidos, como os Estados Unidos,  está relacionada ao caráter devastador da doença que já é reconhecido pelos médicos, mas também por outros três motivos: envelhecimento da população, estilo de vida e identificação tardia dos sintomas. 

 

O perfil dos pacientes costuma ser de pessoas a partir dos 70 anos de idade, alimentação com itens ultraprocessados e ricos em gorduras saturadas, sedentarismo e obesidade.  Doenças crônicas como o diabetes e mais comuns nessa faixa etária, que afetam diretamente o pâncreas (responsável por produzir o hormônio que aproveita a glicose como fonte de energia para as células: a insulina), ainda não são consideradas fatores determinantes para o câncer nesse órgão. 

 

No entanto, o consenso é de que seja um fator de risco. A falta de conhecimento massivo desse tipo de tumor na glândula comparado ao verificado em outros órgãos está associado à agressividade – principalmente devido ao diagnóstico em estágio final – e à baixa incidência proporcionalmente às demais neoplasias.

 

Uma biópsia do pâncreas feita com a retirada de uma amostra de tecido por meio de agulha é determinante para o diagnóstico. A indicação varia, mas sintomas como pele e olhos amarelados  costumam ser o alerta, incluindo predisposição genética. O tratamento engloba a tradicional quimioterapia, radioterapia e inovações como nanopartículas e  imunoterapia .

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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