Agronegócio em Goiás emprega mais de 1 milhão de pessoas em 2023

O agronegócio goiano empregou mais de 1 milhão de pessoas em 2023, atingindo o maior patamar dos últimos 11 anos. As informações são do primeiro boletim sobre o Mercado de Trabalho do Agronegócio em Goiás, publicado pelo Instituto Mauro Borges (IMB), jurisdicionado à Secretaria-Geral de Governo (SGG). Os dados são referentes à evolução do setor no estado entre os anos de 2012 e 2023.

O valor corresponde a 26,6% do total dos ocupados em Goiás, representando um crescimento de 2,4% na comparação com o ano de 2022. A inserção na força de trabalho no agronegócio entre 2012 e 2023 foi de 95.446 pessoas, o que equivale a um aumento de 10,5% de pessoas ocupadas na área. No terceiro trimestre de 2023, somente a atividade da produção agropecuária representou 15,1% da economia de Goiás. Além disso, no mesmo ano as exportações que integram o agro foram responsáveis por 96,7% de todo volume exportado do estado. Reforçando a importância do segmento para economia goiana.

A gerente de Estudos Ambientais e Agronegócio, Érica Basílio Tavares Ramos, fala sobre a importância da divulgação do novo boletim do IMB. “Essa é uma publicação inédita e de extrema relevância, pois pode ser usada como um norteador para a formulação de políticas públicas voltadas para o mercado de trabalho do setor no estado”, salientou.

“Em Goiás, nossa vocação agropecuária é evidente. Trabalhamos incessantemente para impulsionar o emprego e a renda por meio de políticas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã e o Crédito Social. O agronegócio não apenas tem uma importância do ponto de vista social, mas também impulsiona nossa economia. Estamos comprometidos em manter um ambiente propício ao desenvolvimento do setor, reconhecendo sua importância vital para a prosperidade do estado”, destacou Pedro Leonardo Rezende, Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Segmentos

O agronegócio é dividido em três níveis principais, sendo primário (onde estão incluídos produtores rurais, agricultores e pecuaristas); secundário (que engloba as agroindústrias e produtores de insumos); e terciário (que inclui a cadeia de distribuição, comércio e serviços). O setor terciário, com destaque para os serviços, é o que mais emprega, com 38,4% dos empregos do agronegócio neste segmento. Entre 2012 e 2023, o setor de serviços apresentou um acréscimo de 100.750 pessoas ocupadas, o que corresponde a uma alta de 35,3%. Em segundo lugar estão os empregos do setor primário, que correspondem a 26,1%.

Rendimentos

A crescente inovação e desenvolvimento tecnológico no segmento primário do agronegócio em Goiás possibilitou que, em 2023, o rendimento médio mensal habitual ultrapassasse os rendimentos dos demais segmentos e atingisse a marca de R$ 4.617,27, contando com acréscimo de 53,9% desde 2012. O crescimento foi superior ao rendimento médio mensal geral de todos os segmentos do agronegócio goiano, que obteve aumento de 16,6% entre 2012 e 2023.

Perfis

O agronegócio goiano é composto, predominantemente, por homens (679.188), que ocuparam 66,2% das vagas em 2023; enquanto as mulheres (326.013) ocuparam cerca de um terço das vagas no setor. Ainda vale destacar que desde 2012 a força de trabalho feminina teve aumento de 56.284 postos no mercado de trabalho do agronegócio em Goiás.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp