“Ainda não sei o que pode ter acontecido”, diz mãe de crianças que foram encontradas com a avó em zona rural de Goianápolis

Depois de reencontrar as filhas e a mãe que estavam sumidas há uma semana, a manicure Lorrane da Silva Soares, de 29 anos, disse que ainda não conversou com a mãe para saber o que aconteceu para que elas desaparecessem. Tasmania Silva de Lucena Soares, de 45 anos, e as netas Isabella Silva Fernandes, de 11 anos e Júlia Silva Fernandes, de 6 anos, sumiram no último dia 30, após saírem para comprar presentes, em Anápolis. Porém, foram encontradas debilitadas na manhã desta quarta-feira (06) em uma zona de mata da cidade de Goianápolis.

“Só tenho a agradecer por todas as pessoas que nos ajudaram a procurá-las, que oraram pela nossa família. O nosso reencontro foi maravilhoso, não consigo expressar o sentimento que tive naquele momento, abraçar elas de novo foi algo sem explicação. Quero agradecer a toda equipe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. As buscas foram incansáveis e repletas de desafios”, disse.

De acordo com a manicure, a família precisou lidar com trotes durante os seis dias que as crianças e a mulher ficaram desaparecidas. Ela diz que recebeu ligações de pessoas pedindo transferências bancarias, alegando que sua mãe e as filhas foram sequestradas, além de informações falsas do paradeiro.

“Durante as buscas encontramos um tufo de cabelo em uma zona rural de Anápolis. Tinha certeza que era da minha mãe, que o cabelo dela tinha sido cortado. Além disso, recebemos informações de que elas estavam sendo mantidas em cárcere privado, em Goianápolis. A gente correu lá, deixamos até a delegada para trás. No entanto, era mais uma mentira. Mas graças a Deus, conseguimos encontrá-las bem e com vida”.

Encontro

Tasmania, Isabella e Júlia foram resgatadas pela Polícia Militar (PM) no final da manhã desta quarta-feira (6), em Goianápolis, a 22 km de Anápolis. Debilitadas, elas recebem atendimento no hospital do município.

De acordo com a PM, as meninas estavam com a avó em uma mata fechada da região. No local, construíram uma espécie de cabana improvisada para se abrigarem. A criança mais velha, Isabella, decidiu deixar a avó e a irmã para procurar ajuda. A decisão da garota possibilitou o resgate, já que Tasmania não conseguia mais andar.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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