Alckmin busca apoio de empresas americanas para convencer Trump sobre tarifaço

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Alckmin busca em empresas americanas aliados para convencer Trump a recuar do tarifaço

O Brasil virou uma obsessão de Donald Trump e ninguém descarta novas medidas.

Lula e Alckmin participam de cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, em 14 de julho de 2025. — Foto: Reuters/Adriano Machado

Depois de enviar carta ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) está conversando com empresas americanas com operações no Brasil para tê-las como aliadas para convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a recuar de seu tarifaço e reabrir as negociações.

Nesta quarta-feira (16), ele se reuniu com representantes de grandes empresas americanas que têm subsidiárias no Brasil e atuam aqui por décadas, como GM, Coca Cola e Amazon.

Na avaliação da equipe de Alckmin, as conversas foram produtivas e os executivos prometeram acionar a direção de suas empresas nos EUA na busca de conversar com a equipe da Casa Branca.

O Brasil segue com essa dificuldade, não ter um canal direto com o presidente Donald Trump, o que acaba tornando tudo mais complicado. Por outro lado, a avaliação de assessores do presidente Lula é que Donald Trump tem demonstrado estar obcecado com o Brasil, influenciado por empresários americanos descontentes com o governo e o judiciário brasileiro e colocando no meio das pressões o fator Jair Bolsonaro.

O governo Lula avalia que a nova investigação aberta pelos Estados Unidos mostra um interesse direto do presidente Donald Trump em defender as big techs. Segundo assessores, a carta enviada ao Brasil e as postagens em sua rede social colocam como justificativa principal do tarifaço o julgamento, que ele julga injusto, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mas a investigação com base na seção 301 revela os reais interesses de Trump ao levantar suspeitas de ações desleais do Brasil contra empresas de mídia social. Ao pedir para investigar meios de pagamentos eletrônico e digital, o alvo dos EUA é o PIX, ferramenta que desagradou empresas americanas do setor, como a Meta. A empresa vinha preparando um modelo semelhante, que foi lançado seis meses depois do PIX. Só que o sistema brasileiro é universal e obrigatório de adesão dos bancos que atuam no Brasil, enquanto o da Meta, que funciona por meio do Whatsapp, depende de credenciamento das bandeiras de cartão de crédito e instituições financeiras.

A Meta diz que é uma concorrência desleal, mas o PIX foi uma ferramenta que popularizou esse sistema e gerou facilidades para a população brasileira. O governo, inclusive, está usando esse caso para ganhar dividendos no mundo digital, ao divulgar posts como um que diz “O PIX é nosso, my friend”, defendendo a ferramenta desenvolvido no Brasil pelo Banco Central.

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