Os presidentes do Congresso e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), foram vistos em uma cena de aparente harmonia ao tirarem uma foto abraçados e sorridentes na saída da posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. As imagens divulgadas mostram os parlamentares demonstrando união em meio a um clima tenso entre as duas casas legislativas.
A relação entre Alcolumbre e Motta ficou estremecida após a decisão do Senado em arquivar a PEC da Blindagem, aprovada anteriormente pela Câmara dos Deputados. Nos bastidores, deputados chegaram a acusar Alcolumbre de traição, afirmando que houve um compromisso prévio para a continuidade da proposta.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em questão buscava dificultar a prisão e a abertura de ação penal contra parlamentares por diferentes tipos de crimes, exigindo uma autorização por maioria absoluta do plenário da Câmara ou do Senado por meio de voto secreto. A decisão do Senado em arquivar a PEC gerou descontentamento entre deputados, especialmente do Centrão e do PL, que consideraram a atitude como uma quebra de acordo.
Enquanto na Câmara os ânimos se exaltaram, no Senado a percepção era de que a pressão popular e a resistência de lideranças como o presidente da CCJ, Otto Alencar, tornaram insustentável a manutenção da proposta. Líderes bolsonaristas reconheceram a inviabilidade da PEC diante desses fatores, reforçando a ideia de que o problema estava na amplitude do texto aprovado pela Câmara.
Os presidentes Alcolumbre e Motta, em meio ao fogo cruzado entre as duas casas legislativas, buscam manter a aparência de unidade institucional. Enquanto deputados se sentem expostos e acusam ação dos senadores, estes alegam ter barrado um excesso da Câmara. O clima de tensão entre Senado e Câmara coloca em evidência as disputas políticas e estratégicas no cenário legislativo nacional.