A resistência do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), à indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União para o STF, reflete uma disputa pelo poder político no Brasil, de acordo com o cientista político Leonardo Barreto, da consultoria Think Policy. Barreto aponta que a atitude de Alcolumbre não é um acontecimento isolado, mas parte de um contexto institucional mais amplo. Ele destaca a insatisfação do Senado com o governo Lula, que se sentiu traído após não receber a recompensa esperada pela lealdade demonstrada. A ausência de uma indicação que recompensasse essa lealdade frustrou os planos de Alcolumbre, que defendia a escolha de Rodrigo Pacheco para o STF. Além disso, há preocupação no Congresso com a crescente influência do STF em questões políticas estruturais, levando os parlamentares a temerem o enfraquecimento das prerrogativas do Legislativo e decisões que impactem o controle do orçamento e investigações políticas. A indicação para o STF tem valor político significativo, segundo Barreto, superando qualquer oferta de cargos e posições do governo. Ele observa que a relação entre Executivo e Legislativo, especialmente durante a gestão Lula, tem sido marcada por ataques constantes do governo aos parlamentares. Barreto destaca a insatisfação dos parlamentares com os ataques do governo, disfarçados de movimentos orgânicos nas redes sociais. Em um momento em que o STF está mais envolvido na política nacional, as indicações para a Corte têm um peso maior do que no passado. Para Barreto, a resistência de Alcolumbre não se limita à indicação de Messias, mas reflete as tensões entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, cada vez mais entrelaçados na política brasileira. Ele prevê que as indicações futuras para o STF enfrentarão intensas batalhas políticas, mostrando a importância e o impacto do poder de um ministro da Corte.