Álcool e violência doméstica: qual a relação?

ÁLCOOL

A realidade de muitas mulheres no Brasil inclui abusos físico, sexual e psicológico, negligência, abandono e violência moral por um homem. As ocorrências são decorrentes de problemas socioculturais que costumam estar envoltos por um outro fator: o álcool. Os relatos de mudança de comportamento e início de agressões após a ingestão de bebidas é comum, mas por quê? A ciência explica que o cérebro realmente sofre impactos bioquímicos, apesar de o livre arbítrio contar na fórmula. Os crimes contra a mulher aumentaram 2,7% entre janeiro e setembro de 2022. Em nove meses, foram 28.816 casos em Goiás.

 

De acordo com o psiquiatra Murillo Mascarenhas, o comportamento inadequado de uma pessoa pode ser justificado pelo efeito do álcool. A bebida retira o “filtro” e a capacidade de julgamento das situações. Ele explica que o córtex pré-frontal fica inibido nessa situação, resultando na diminuição da capacidade de julgamento e aumento da impulsividade. O efeito varia entre ficar desinibido, sonolência, sentir fissura ou vontade e euforia. O médico esclarece que as diferenças dependem da quantidade de receptores para dopamina existentes no sistema límbico. 

 

“Não é que plante vontades na pessoa, mas tira o ‘filtro” social. A pessoa fica mais corajosa, mais arrojada, mais impulsiva no sentido de que age antes de pensar.  Ela vai pensar depois do efeito do álcool. O efeito varia de pessoa para pessoa , assim como toda droga. Tem o efeito de dose-dependente: quanto maior a dose, maior o freio. Dessa forma, todas as pessoas terão o mesmo efeito e potência do álcool. Quantidades diferentes de álcool são necessárias para efeitos similares para cada pessoa”, detalha. 

 

Mesmo com os efeitos incontroláveis, o especialista destaca que a pessoa assume a responsabilidade de passar por todos eles ao beber. A incidência da violência doméstica e do alcoolismo é maior entre homens, especialmente por questões culturais. A quantidade de doses proporcionalmente ao tempo de consumo pode causado não apenas impacto nas relações sociais e familiares, com possíveis registros policiais, mas na própria saúde de quem não consegue parar de beber, apesar dos malefícios.

 

“A pessoa começa a beber não mais pelo prazer, mas para não sentir o desprazer da abstinência. Isso vale para jogo, para sexo, para álcool, droga ou comportamento repetitivo. A pessoa busca o comportamento para o alívio de uma angústia que a falta do comportamento produz, ou seja, a pessoa não bebe, se sente mal por não beber e bebe para passar o mal-estar. O álcool é neurotóxico. Inclusive, existe uma demência alcoólica. As pessoas perdem a cognição sim e podem desenvolver psicose, perda de memória, desorientação espacial e temporal. O álcool tem potencial para intoxicar de forma aguda, que seria a embriaguez, mas complicando o efeito com o tempo de uso”, afirma.

 

O tratamento é multidisciplinar, logo, envolve as assistentes sociais para identificar os casos e conversar com as famílias até psicólogo para acolher os pacientes e traçar metas psicoterapêuticas, além do médico para receitar medicações que podem reduzir a abstinência ou as complicações do álcool. A doença é multifatorial: tem questões culturais, comportamentais, psicológicas e médicas. 

 

Solução

A diversidade de questões envolvidas também está no cerne da violência doméstica contra as mulheres. De acordo com a plataforma do Departamento de Estado dos Estados Unidos, ShareAmerica recomenda medidas para ajudar meninas e mulheres, como priorizar a educação e capacitação para que possa se desenvolver economicamente, priorizar a cultura da paz para solucionar conflitos de forma pacífica. A violência doméstica e familiar contra a mulher é considerada como qualquer ação ou omissão baseada no gênero feminino que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

 

Uma em cada cinco brasileiras já sofreu alguma forma de violência doméstica cometida por um homem. No Brasil, cerca de 80% dos casos de agressão contra mulheres foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.56% de brasileiras e brasileiros conhecem um homem que já agrediu uma parceira e 54% conhecem ao menos uma mulher que sofreu algum tipo de agressão do parceiro.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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