O uso de máscaras, equipamento que ficou bastante popular durante a pandemia de Covid-19, agora também é recomendado para evitar contaminações por Monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos. Até o momento, Goiás possui quatro casos da doença confirmados, sendo dois pacientes em Aparecida de Goiânia e outros dois em Goiânia. Entretanto, a rede pública de saúde ainda não discute tornar obrigatório o retorno do uso obrigatório de máscaras.
“O uso de máscara é importante para a prevenção da Covid e também da Monkeypox, principalmente em locais de grandes aglomerações. Aconselhamos que a população que esteja contaminada use o equipamento ao sair de casa. Desta forma, ela pode evitar contaminar outras pessoas, que também devem usar máscara. Vale lembrar que a pessoa só deve sair para ir ao sistema de saúde”, afirma a diretora de Vigilância em Saúde de Goiânia, Grécia Pessoni.
Ainda de acordo com Grécia, a doença é transmitida por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. Enquanto as feridas no corpo da pessoas ainda estão abertas, o paciente está transmitindo o vírus que pode demorar, em média, 15 dias para sair do organismo.
“A doença começa com uma vermelhidão na pele após o contato com a pessoa infectada. Logo em seguida, são formadas pequenos caroços, como se fosse espinhas, então surgem algumas bolhas de pus. Depois disso, elas se rompem formando as crostas (feridas). Desde a vermelhidão, a pessoa já pode transmitir. Por isso, a gente recomenda que a pessoa que esteja com suspeita ou já confirmada a infecção use máscara”, diz a profissional de saúde.
Todo o processo da doenças, descrito por Grécia Pessoni, leva em média 15 dias, mas o tempo pode variar de pessoa para pessoa. O paciente só pode sair da quarentena após as feridas se cicatrizarem.
Transmissão
Entre humanos, a transmissão da varíola dos macacos ocorre por contato com fluidos corporais, lesões na pele ou em mucosas, como boca ou garganta, gotículas respiratórias durante contato pessoal prolongado e por meio de objetos contaminados.
Análise dos casos
De acordo com a SES, os critérios para definição de caso suspeito da varíola dos macacos (Monkeypox) são que o indivíduo, de qualquer idade, apresenta início súbito de erupção cutânea aguda, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia ou relato de febre.
Também são avaliados os seguintes critérios:
● Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas;
● Ter vínculo com casos confirmados da doença, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas;
● Histórico de contato íntimo com desconhecido/a (s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas.
A varíola dos macacos é geralmente uma doença autolimitada com sintomas que duram de duas a quatro semanas, denotada pelo surgimento de lesões na pele. O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. O período de incubação é de seis a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Por ser transmissível, a doença exige cuidados para a identificação dos pacientes, o isolamento, a notificação dos casos, a realização de testes laboratoriais e o monitoramento dos contatos. O tratamento é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.
Casos Graves
Os casos graves ocorrem mais comumente entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações. As deficiências imunológicas subjacentes podem levar a resultados piores.
As complicações podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com consequente perda de visão. Historicamente, a taxa de letalidade variou entre 0 e 11% na população em geral e tem sido maior entre crianças. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade foi de cerca de 3%.
Exame
Diante disso, é feita a coleta de amostras do paciente. As mesmas são encaminhadas para o Laboratório Estadual Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). Algumas amostras para diagnóstico diferencial são analisadas no próprio Lacen e outras, encaminhadas pelo Lacen ao laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro.