Alerta em DE: 174 casos de hepatite A devido à falta de saneamento

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Com falta de saneamento básico, DE registra 174 casos de hepatite A em 2025

Descaso em regiões mais vulneráveis de DE (SP), como a presença de esgoto a céu aberto, é o principal fator para contaminações por hepatite A. Vacinação contra a doença está disponível para crianças de 12 meses a menores de cinco anos.

Casos de hepatite A aumentam e acendem alerta em DE

Por conta de regiões com falta de saneamento básico, DE (SP) registrou 174 casos de hepatite A, de acordo com dados da prefeitura. O município teve o maior número de casos da doença no interior do estado de São Paulo, ficando atrás apenas da capital.

A infectologista Ana Toporovschi explica que a doença é uma infecção que atinge o fígado e é transmitida quando o vírus é ingerido por meio de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas, ou ainda por contato direto com as pessoas contaminadas.

“Geralmente, ela é benigna, ela não cronifica, isto é, tem um período de duração, e, na maior parte das vezes, pode ser assintomática. Mas a gente tem que ficar atenta em relação aos indivíduos que têm algum risco, como pacientes com alguma alteração hepática ou com baixa imunidade, porque nesses casos pode, sim, evoluir com gravidade”, explica.

“Ela acaba sendo deixada um pouco de lado por passar, muitas vezes, como uma virose com poucos sintomas. Então, a gente tem que sempre lembrar que um pouco mais de 80% dos pacientes que desenvolvem hepatite acabam apresentando sintomas leves e não procuram assistência médica”, complementa Glauco Perticarrari, médico ortopédico em transplante hepático.

Falta de saneamento básico é o principal fator para contaminações por hepatite A em DE (SP) — Foto: TV TEM/Reprodução

Uma reportagem exibida pela TV TEM mostra o descaso em regiões mais vulneráveis de DE, como o esgoto que corre a céu aberto no Jardim Aeroporto. A falta de acesso ao saneamento básico afeta não só a saúde da população, mas também a dignidade.

O aumento de mais de 800% nos casos de hepatite A acende um alerta para o poder público, responsável por garantir o acesso à prevenção e ao tratamento. Em 2024, DE registrou nove casos da doença e, de acordo com as autoridades de saúde, isso indica que uma provável fonte contaminadora está circulando pela cidade.

“O estado está, junto ao município, investigando todos os casos desde o início deste ano de 2025, para que a gente consiga estabelecer se, de fato, no município há alguma fonte comum de contaminação, ou se são várias fontes distintas, ou até mesmo se esse aumento se deve à maior sensibilidade dos serviços de saúde no processo de testagem e notificação”, diz Alessandra Lucchesi, Diretora Técnica do Centro de Vigilância Epidemiológica.

Sorocaba (SP) registra inúmeros casos de hepatite — Foto: TV TEM/Reprodução

Na rede pública, a vacina contra a hepatite A é aplicada em crianças de 12 meses a menores de cinco anos. Em casos específicos, também é indicada para adultos. Já na rede particular, o imunizante está disponível para um público maior, com custo entre R$ 100 e R$ 300.

“É aconselhado no sistema de saúde que uma dose na infância já seja suficiente para que o indivíduo seja considerado imune à hepatite A. Para os grupos especiais aos quais a vacina é destinada, como imunossuprimidos e pessoas aptas para transplante de órgãos sólidos, o esquema vacinal prevê duas doses. No entanto, o esquema é realizado uma única vez, sem necessidade de reforço, como acontece com outras vacinas”, diz Alessandra.

Vacinas contra hepatite A são aplicadas em crianças de 12 meses a menores de cinco anos — Foto: TV TEM/Reprodução

De acordo com o especialista Glauco Perticarrari, a prevenção da doença começa com a higiene básica nos afazeres do dia a dia. Antes da preparação de alimentos, é importante lavar bem as mãos com água e sabão, além de higienizar corretamente os alimentos, seja apenas com água, com água clorada ou até mesmo com água corrente.

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