O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um discurso duro afirmando que os vândalos que cometeram crimes no último domingo, 8, em Brasília serão punidos pelos atos. Ele destacou que eles não devem interpretar as prisões como”colônias de férias”. As declarações foram proferidas durante a posse do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues.
“Não achem esses terroristas, que até domingo fizeram baderna e crimes e agora reclamam que estão presos querendo que a prisão seja uma colônia de férias, que as instituições irão fraquejar”, disse Moraes.
Moraes ainda acrescentou que as instituições “não são feitas só de mármore, de cadeiras, de mesas, mas de pessoas, de coragem, e de cumprimento da lei”. Ele ressaltou que não é possível conversar com o grupo de bolsonaristas de forma civilizada. “Nós temos que combater firmemente o terrorismo. Temos que combater firmemente as pessoas antidemocráticas, pessoas que querem dar o golpe, pessoas que querem o regime de exceção. Não é possível conversar com essas pessoas de forma civilizada. Essas pessoas não são civilizadas. Basta ver basta ver o que fizeram no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e, com muito mais raiva e ódio, no Supremo Tribunal Federal”, relatou.
Ainda no discurso, o ministro citou a Segunda Guerra Mundial. “Uma operação necessária. Uma operação para garantir a democracia. Uma operação para mostrar que não há apaziguamento nas instituições brasileiras. Eu repito sempre, inclusive coloquei isso na minha decisão, se o apaziguamento tivesse dado certo nós não teríamos tido a Segunda Guerra Mundial”, diz.
Nesta segunda-feira, 9, bolsonaristas apreendidos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) durante atos de vandalismo no Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto prestaram depoimento e afirmaram que empresários do agronegócio financiaram os movimentos terroristas e as manifestações em Brasília. Cerca de 1,2 mil pessoas foram presas por estarem envolvidas por terem depredado os prédios públicos na Esplanada dos Ministérios no último domingo. 08.
Desdobramentos
A demora do governo do Distrito Federal em agir durante a invasão à sede dos três Poderes resultou na intervenção federal e na exoneração do secretário de segurança local Anderson Torres. A atuação da União foi oficializado por Lula em um discurso no início da noite de domingo. Mais cedo, o líder do governo no Congresso federal, Randolfe Rodrigues, e a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, haviam feito o pedido na Procuradoria-geral da República (PGR) devido ao risco de mais conflitos. Na prática, a segurança pública da capital federal passa temporariamente a ser responsabilidade da União.