Keith Kellogg, conselheiro de segurança nacional e enviado do ex-presidente Donald Trump para assuntos relacionados à Ucrânia, demonstrou preocupação com o aumento do risco de escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia. A declaração foi feita após as forças ucranianas realizarem ataques com drones contra bombardeiros de longo alcance, incluindo modelos com capacidade nuclear, em diversas bases localizadas no interior da Rússia.
Segundo a Ucrânia, os ataques ocorreram em campos de aviação situados na Sibéria e no extremo norte russo, alcançando alvos a até 4.300 quilômetros da linha de frente. Para Kellogg, o episódio representa um agravamento considerável no conflito. “Os níveis de risco estão subindo muito. Quando você atinge partes do sistema de sobrevivência nacional de um adversário, como a tríade nuclear, o nível de incerteza aumenta drasticamente”, afirmou à Fox News.
A chamada tríade nuclear — composta por bombardeiros estratégicos, mísseis balísticos intercontinentais lançados do solo e mísseis balísticos submarinos — é a base do poderio nuclear tanto da Rússia quanto dos Estados Unidos, que juntos possuem cerca de 88% do arsenal nuclear global.
Kellogg observou que, embora os danos físicos aos bombardeiros russos possam ter sido limitados, o impacto simbólico e psicológico para Moscou é significativo. Ele demonstrou especial preocupação com rumores sobre um possível ataque ucraniano a uma base naval no norte da Rússia, embora esses relatos ainda não tenham sido confirmados.
A Casa Branca afirmou que Donald Trump não foi informado com antecedência sobre os ataques realizados pela Ucrânia. A declaração foi feita pela porta-voz Karoline Leavitt na terça-feira, 3.
Negociações continuam, mas sem avanços
Na segunda-feira, 2, representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram em Istambul, na Turquia, para discutir caminhos para o fim do conflito. Apesar do encontro, as conversas avançaram pouco. De acordo com Kellogg, enquanto a Ucrânia apresentou propostas razoáveis, a postura da Rússia foi considerada “maximalista”. Ele afirmou que o desafio agora é tentar reduzir as diferenças entre as duas partes e retomar um caminho de diálogo mais construtivo.