Com abril chegando, a situação do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) vai se complicando. “Do lado dos apoiadores do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), candidato à reeleição, ele é visto como principal adversário.
“Ele não conseguiu espaço no grupo mais próximo de Bolsonaro. Uma candidatura pelo centrão, com apoio do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) se desenha como única opção viável”, avalia o cientista político Itami Campos.
Mendanha reuniu cerca de 500 lideranças (número divulgado pelos organizadores) em evento promovido pela Associação Goiana de Ex-Prefeitos (Agexp), para anunciar seu nome como pré-candidato ao governo de Goiás e colocando-se como o principal nome de oposição à administração Caiado.
Estavam no encontro os deputados Magda Mofato (PL), Professor Alcides (PP), Paulo César Martins (MDB) Claudio Meireles (Agir), Sergio Bravo (PROS), Humberto Teófilo (Sem partido), Max Menezes (MDB) e Major Araújo (Sem Partido). Apesar da presença, as negociações com PL, Progressistas, Podemos e Republicanos não avançaram nesse início de pré-campanha. Por enquanto, a possibilidade maior é de filiação no PTC ou no PROS.
Há alguns meses, Gustavo era visto como possibilidade de encabeçar uma candidatura da esquerda em Goiás, mas ele próprio manifestou o desejo de se unir a algum partido bolsonarista. “Ele tem dificuldade nessa articulação com a direita bolsonarista e com a esquerda, que agora não tem mais interesse em seu nome, então, se ele se articular bem, ao lado do Marconi, pode se tornar competitivo”, diz Itami Campos.
Para o cientista político, Marconi, que enfrenta problemas de saúde decorrentes de complicações da Covid-19, ainda não definiu se será candidato a governo. “Ele chegou a falar que seria candidato a deputado federal, mas ainda não há nada certo”. disse, ao comentar o que ele chama de “quadro que está sendo desenhado” da política em Goiás.
No encontro em que lançou sua pré-candidatura ao governo, Mendanha informou que vai desincompatibilizar do cargo de prefeito de Aparecida de Goiânia no dia 31 de março. Com a saída dele, assume Vilmar Mariano, do Podemos, atual vice-prefeito. Ele assina o ato no final da tarde. Ele sai da Prefeitura, caminha até a Câmara de Vereadores, onde assina a renúncia.
Filho do ex-deputado estadual Leo Mendanha, Gustavo foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Aparecida por dois mandatos, secretário de Esporte e Lazer na gestão Maguito Vilela e eleito com quase 60% dos botos em 2016 como prefeito de Aparecida. Em 2020, foi reeleito com 98,8% dos votos válidos.