Alimentos ultraprocessados são grande risco para desenvolvimento de câncer

Os alimentos ultraprocessados são um grande risco para desenvolver câncer, aponta estudo realizado por pesquisadores. A conclusão foi resultado de um trabalho feito pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a partir de dados do projeto European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC).

Os cientistas acompanharam cerca de meio milhão de pessoas em diversos países da Europa na última década e o resultado foi publicado na revista científica Lancet Planetary Health no início deste mês. Os participantes da pesquisa foram divididos em grupos com base no consumo diário de alimentos ultraprocessados. Segundo o relatório, aqueles que consumiam mais do que um quarto da dieta diária desses alimentos apresentaram um risco maior de desenvolver câncer.

A substituição de apenas 10% dos alimentos ultraprocessados por naturais ou minimamente processados foi associada a uma redução significativa no risco de câncer, especialmente para câncer de cabeça e pescoço, esôfago, cólon e reto, fígado e mama. Outra pesquisa baseada no EPIC demonstra que o consumo de frutas e vegetais protege contra o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Dentre eles o de cólon, mama, pulmão e próstata. Assim, pequenas mudanças na alimentação podem ter um grande impacto na saúde a longo prazo.

Uma alimentação saudável

Para obter uma alimentação saudável é recomendado eliminar o consumo de alimentos ultraprocessados. As dicas são o consumo de água saborizada com frutas, macarrão de verdade, sanduíches, bolinhos caseiros saudáveis e pratos de arroz com feijão. Tudo isso pode reduzir, não apenas o risco de câncer, mas também de outras doenças, como infarto, derrame e depressão.

No entanto, para facilitar o acesso a alimentação mais saudável, especialmente para a população mais pobre, os pesquisadores entendem que é necessário que haja políticas públicas, pois os alimentos ultraprocessados são os produtos mais acessíveis no mercado.

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