Alta temporada de incêndios aumenta ocorrências atendidas pelos Bombeiros

Goiás enfrenta um período desafiador com o aumento expressivo de queimadas, o que tem gerado grande preocupação e elevado a demanda por atendimentos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). Desde o início do ano até 1º de setembro, a Operação Cerrado Vivo, iniciativa do CBMGO em colaboração com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), registrou 8.069 atendimentos relacionados a incêndios no estado. Este número representa um aumento considerável de 37,65% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
 
A maioria dos incêndios, precisamente 6.099, ocorreu em áreas de vegetação, enquanto 1.861 foram registrados em áreas públicas e particulares, e 109 em áreas protegidas. O mês de agosto foi particularmente preocupante, com 2.673 atendimentos, o que acende um alerta para os próximos meses, considerados críticos em relação às queimadas.
 
A Operação Cerrado Vivo, em ação durante todo o ano, tem como objetivo principal minimizar os incêndios por meio de ações preventivas junto às comunidades. O programa inclui treinamentos, palestras e a formação de uma força-tarefa com equipes operacionais que atuam dia e noite no combate aos focos de incêndio em vegetação em todo o estado.
 
Para garantir a eficácia no combate às chamas, o CBMGO conta com 46 viaturas equipadas com capacidade para 600 litros de água cada, além de sopradores e outros materiais essenciais. Essas viaturas, distribuídas estrategicamente por todo o estado, contam com dois militares cada, totalizando 96 militares em serviço.
 
Durante o período crítico de julho a novembro, o efetivo é reforçado com duas unidades avançadas: uma em Cavalcante, com oito militares e duas viaturas, e outra em Alto Paraíso, também com oito militares e duas viaturas. Essa estratégia visa garantir uma resposta rápida e eficiente aos focos de incêndio nessas regiões, conhecidas por sua beleza natural e vulnerabilidade a incêndios.
 
A prevenção, no entanto, é a chave para evitar tragédias. O Corpo de Bombeiros alerta para a importância de evitar acender fogueiras ou soltar balões, jamais jogar bitucas de cigarro na vegetação e, em caso de focos de incêndio, denunciar imediatamente às autoridades competentes. A colaboração de todos é fundamental para proteger o meio ambiente e garantir a segurança de todos.
 
No dia 31 de agosto, o Corpo de Bombeiros combateu um incêndio de grandes proporções às margens da BR-153, que gerou uma densa fumaça, comprometendo a visibilidade na rodovia e no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia. A rápida ação das equipes, que controlaram as chamas próximas à rodovia e protegeram a área da Embrapa, foi crucial para minimizar os impactos do incêndio.
Um pequeno foco próximo ao aeroporto, que não necessitou de intervenção adicional, foi monitorado por brigadistas locais. O incêndio, que afetou a vegetação e causou danos à rede elétrica e de internet, foi controlado e contido por aceiros adjacentes até às 22h.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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