Altered Carbon: As influências da nova série de ficção científica da Netflix

A Netflix lança nessa sexta-feira (2) a série “Altered Carbon”, situada em um futuro distópico e baseada no livro homônimo de 2002 escrito por Richard K. Morgan, lançado no Brasil como “Carbono Alterado” em 2017. A trama se passa no século 25, quando a tecnologia avançou a ponto de ser possível fazer a transferência de almas e um upload da mente, o que faz com que a morte seja algo do passado.

A trama acompanha a história de Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman), um soldado que acorda na Terra, após 250 anos de sua morte, em um novo corpo. Kovacs é contratado por Laurens Bancroft (James Purefoy), um homem muito rico, que o dá a oportunidade de ter sua vida de volta; em troca Takeshi terá que achar o autor do assassinato de Bancroft. Com a ajuda da policial Kristin Ortega (Martha Higareda), eles embarcam em uma investigação que a cada episódio se torna mais obscura e complexa.

O livro de Morgan traz uma mistura de história de investigação no estilo noir, assassinato, amor, sexo e traições. Para os fãs de ficção científica, três obras são essenciais para conhecer o chamado gênero cyberpunk:

Androides sonham com Carneiros Elétricos?

Foto: Divulgação

A obra de 1968 escrita por Philip K. Dick e que deu origem ao filme “Blade Runner – O Caçador de Androides” acompanha Rick Deckard, um caçador de recompensas que recebe a tarefa de “aposentar” seis androides. O livro de Dick e a adaptação para os cinemas de Ridley Scott (“Alien – O Oitavo Passageiro”) são histórias policiais noir que lidam com a questão da evolução das tecnologias e como os androides, criados por humanos, podem ou não adquirir sentimentos dos seus criadores, como a empatia.

Dick e sua obra inspirariam autores de obras futuras, como William Gibson e as irmãs Wachowski, principalmente com as temáticas de investigação noir, como é o caso de “Altered Carbon”, e o autodescobrimento de robôs conscientes.

Neuromancer

Foto: Divulgação

Escrito por William Gibson em 1984, o livro conta a história de Case, um ex-hacker (cowboy, como são chamados os hackers em Neuromancer) que foi impossibilitado de exercer sua profissão, graças a um erro que cometeu ao tentar roubar seus patrões, que envenenaram Case com uma micotoxina, danificando seu sistema neural e o impossibilitando de se conectar à Matrix.

Case então procura clínicas clandestinas de medicina de Chiba City, onde gasta todo seu dinheiro com exames, sem conseguir encontrar uma cura. Drogado, sem dinheiro e desempregado, ele é encontrado por Molly, que promete uma cura para os danos de Case.

Neuromancer introduziu novos conceitos para a época, como as inteligências artificiais avançadas e um ciberespaço quase que “físico”, que mais tarde foram explorados no mangá e anime Ghost in the Shell, e serviu ainda de inspiração as irmãs Wachowski na criação da trilogia Matrix. Em seu livro, Gibson foi o primeiro a utilizar o termo ciberespaço, adotado anos mais tarde como nomenclatura oficial na Internet.

Matrix

Foto: Divulgação

Lançado em 1999, o filme tem a direção de Lilly e Lana Wachowski e é protagonizado por Keanu Reeves. Thomas Anderson (Reeves) é um programador atormentado por estranhos pesadelos nos quais sempre está conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro. À medida que o sonho se repete, ele começa a levantar dúvidas sobre a realidade. E quando encontra os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), ele descobre que é vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas e cria a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia.

Matrix é diretamente influenciado por “Neuromancer” ao utilizar da metáfora de um ciberespaço físico, nos quais as pessoas do mundo real se conectam com uma grande máquina para interagir com outras em um espaço virtual. O longa traz ainda questões como o questionamento do que é a vida real, uma analogia direta a alegoria da caverna, proposta pelo filósofo grego Platão.

Afinal, o que é Cyberpunk?

O Cyberpunk é um subgênero da ficção científica, conhecido por enfocar em temas de alta tecnologia, baixa qualidade de vida e punk, mesclando cibernética com um ambiente de uma sociedade fora de ordem, com cidadãos vivendo a degradação das sociedades, marginalizadas em sistemas avançados culturalmente, mas com o povo controlado ou por um governo extremista, conjunto de grandes corporações ou religiões extremistas.

Netflix e a aposta em Altered Carbon

Com “Altered Carbon”, a Netflix aposta em uma produção de grande orçamento, seguindo os moldes de “Game Of Thrones”, que influenciou as principais redes de televisão a levarem suas séries a um novo nível cinematográfico de qualidade. A nova série da Netflix traz uma grande cidade iluminada, com claras referências visuais ao estilo de “Blade Runner”, além de coreografias profissionais para as cenas de luta. Além disso, com a temática de ressuscitação, a trama tem influências diretas de “Matrix” e “Androides sonham com Carneiros Elétricos?” ao abordar tecnologias avançadas e o lugar do ser humano e máquina dentro de sociedades controladas não por governos, mas grandes corporações.

Os dez episódios de “Altered Carbon” chegam a Netflix no dia 02 de fevereiro.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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