Alvo de críticas, novo Ensino Médio é tema de consulta pública que pode reestruturar formato

A votação está aberta para avaliar o atual modelo de Ensino Médio. A consulta pública disponível no site do Ministério da Educação foi aberta nesta semana e pode reestruturar o formato aprovado no governo Temer, em 2017. O eixo em vigor é alvo de críticas de alunos, pais e educadores. As alterações começaram neste ano para os estudantes do 1º ano, no ano que vem incluirá os do 2º e somente em 2024 passam a valer para os do 3º ano.

Por meio de audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais sobre a experiência em todo o País, a atual gestão pretende fazer  “a coleta de subsídios para a tomada de decisão do Ministério da Educação acerca dos atos normativos que regulamentam o novo ensino médio”. O processo tem prazo de 90 dias, mas pode ser prorrogado. Entidades representativas querem a revogação do novo Ensino Médio. 

Com a reforma do Ensino Médio, a carga horária foi ampliada e os alunos têm a possibilidade de escolher quais áreas do conhecimento querem priorizar: Matemática e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. O formato desobriga os jovens do estudo de disciplinas tradicionais e reduz a quantidade de aulas de algumas disciplinas, conforme o eixo de interesse do estudante.

Um outro viés é a necessidade de 1,2 mil horas de aula de “conteúdos da formação técnica e profissional”. Entre os pontos negativos apontados pela comunidade escolar é redução da quantidade de encontros para o ensino aos jovens de Língua Portuguesa e Matemática, por exemplo, perpetuação de desigualdades socioeconômicas entre as escolas e criação de temas aleatórios para cumprimento da nova diretriz como “Como fazer brigadeiro”, “RPG” e “O que rola por aí”. 

Despreparo

Uma pesquisa inédita aponta que 57% das pessoas acredita que os jovens estão despreparados para o mercado de trabalho. A percepção tem sido reforçada em meio às reclamações de alunos e professores sobre a reforma do Ensino Médio, em vigor desde o ano passado. A proposta de flexibilizar os currículos pode estar distanciando os futuros profissionais de vagas de trabalho e até mesmo atrapalhando o preparo para ingresso no ensino superior.

O levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) indica que os problemas históricos da educação brasileira pensam na formação dos jovens. Questões como falta de qualidade, falta de condições de trabalho para os profissionais e de infraestrutura das instituições de ensino têm impacto direto na realidade  e perspectivas dos alunos.

 

 

 

 

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Desabamento de ponte TO-MA deixa 16 pessoas desaparecidas

Dois dias após o desabamento da ponte que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) sobre o Rio Tocantins, uma força-tarefa composta por agentes dos dois estados e do governo federal continua as buscas por desaparecidos. O incidente ocorreu no domingo, 22. A Polícia Militar do Tocantins confirmou, até a manhã de terça-feira, 24, a morte de duas mulheres.

Uma das vítimas era uma residente de 25 anos de Aguiarnópolis, enquanto os dados da outra vítima ainda não foram divulgados. Além disso, um homem de 36 anos foi encontrado vivo e levado ao hospital de Estreito com uma fratura na perna. Atualmente, 12 adultos e três crianças permanecem desaparecidos.

Veículos envolvidos no acidente

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos oito veículos caíram no rio: quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas. A presença de veículos carregados com ácido sulfúrico e herbicidas complica as buscas, pois as autoridades aguardam os resultados de exames da água para determinar se é seguro iniciar os trabalhos de busca com mergulhadores.

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Como precaução, o governo do Maranhão orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nas cidades banhadas pelo rio Tocantins até que se confirme se esses produtos se diluíram e não oferecem risco.

Condições da Ponte Juscelino Kubitschek

A Ponte Juscelino Kubitschek, inaugurada nos anos 1960, tinha 533 metros e já apresentava problemas conhecidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizou obras de reparos entre 2021 e 2023, mas a ponte necessitava de ‘obras de reabilitação’.

Em maio de 2024, um edital no valor de aproximadamente R$ 13 milhões foi lançado para a contratação de uma empresa especializada, mas a licitação fracassou. Um relatório obtido pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o Dnit sabia da situação precária da ponte desde 2019.

O professor de engenharia civil da Universidade Federal do Tocantins, Fabio Ribeiro, atribuiu o acidente a uma série de falhas. O Ministério Público do Tocantins aguarda a conclusão dos laudos técnicos para analisar possíveis providências.

O Dnit interditou o local e decretou situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a reconstrução da ponte, com um prazo estimado de 12 meses e um custo entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Durante uma coletiva de imprensa, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que mais de R$ 100 milhões serão destinados para a reconstrução imediata da ponte e que uma sindicância será instaurada para apurar responsabilidades.

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