Amanda Seixas, a 1ª mulher na Rotam do Maranhão: inspiração para outras mulheres

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Não deixe que digam onde é seu lugar”, afirma a 1ª mulher a entrar na Rotam da
PM no Maranhão

Amanda Seixas concluiu um curso intenso, em que mais da metade dos inscritos
desistiu. Ela também é uma das primeiras do Brasil a entrar nesse tipo de
grupamento militar.

Amanda Seixas, a 1ª mulher a conseguir ingressar na Rotam, no Maranhão —
Foto: Arquivo pessoal

O Maranhão já tem a primeira mulher dentro da Rondas Ostensivas Tático Móvel
(Rotam), um dos grupamentos da Polícia Militar mais difíceis de acessar dentro
da corporação.

Se trata da Amanda Seixas, de 33 anos, que concluiu o curso no último fim de
semana, após 70 dias de preparação e de dedicação que incluíam atividades
intensas de tiro, abordagens, dentre outras práticas policiais. Foram 70
militares inscritos e apenas 33 aprovados.

“Não deixe que digam onde é o seu lugar! 1º mulher Raiada do Maranhão. Que
cada mulher se sinta empoderada para seguir seus sonhos, alcançar seus
objetivos e mudar o mundo”, declarou Amanda, após a conclusão do curso.

Contexto: A Rotam é a unidade da PM focada no patrulhamento motorizado e a
realização de abordagens rápidas, em apoio a unidades locais. Atua
principalmente em operações especiais para coibir crimes violentos e de maior
complexidade, como tráfico, saidinhas bancárias, e sequestro relâmpago, atuando
em áreas vulneráveis em São Luís e no interior do Maranhão.

Soldado Amanda, após a conclusão do curso para a ROTAM no Maranhão —
Foto: Arquivo pessoal

Durante o curso para ingressar na Rotam, foi necessário passar por várias
etapas, incluindo preparo físico, estudos e controle emocional.

“Muitas etapas físicas me exigiram bem mais, por conta da minha fisiologia
feminina. Mas eu tinha que superar essas questões e quisesse continuar no meu
objetivo. Também tivemos perdas de caras bons de físico, mas o mental faltou”,
relata a nova ‘Raio Mortal’, como são denominados os integrantes da Rotam.

Quem é Amanda Seixas

Atualmente cabo da PM, Amanda também é formada em Enfermagem, mas sempre quis
ser policial militar. Nos últimos anos, deu tudo de si para conciliar o sonho de
crescer na corporação, ao mesmo tempo em que é mãe de um menino de quatro anos,
e uma menina de 11.

Sobre a ideia de entrar na Rotam, a prima de Amanda, Flora Seixas, afirmou ao G1
que foi uma surpresa para a família, por toda a exigência, esforço e o alto
investimento físico e financeiro necessários.

“Amanda tem uma capacidade enorme e, quando ela passou no concurso, nós tentamos
aconselhar que ela se mantivesse no administrativo, caso fosse possível. Foi que
ela foi pra BPRV, que ainda era CPRV. Quando passou um ano, ela revelou a
notícia que iria para a ROTAM. Nós tentamos fazer com que ela desistisse, por
medo, mas ela já estava decidida, e assim fez. Desde então tem se destacado com
seu trabalho. Sempre respeitamos as decisões umas das outras e, apesar do receio
de tudo que “vem” com a profissão que ela escolheu, a apoiamos”, conta.

Amanda (à esquerda) e a prima, Flora Seixas — Foto: Arquivo pessoal

A rede de apoio que Amanda possui também é formada por mulheres: A mãe, a prima
(considerada irmã) e a tia, que incentivaram e cuidaram de tudo o que ela
precisou no período em que estava no curso, e desde antes de entrar para a
Polícia Militar.

“Sem elas, nada disso teria acontecido. Elas que ficavam com meus filhos para
que eu fosse atrás de realizar esse sonho”, conta Amanda.

“Durante o TAF (Teste de Aptidão Física), foi o que mais motivou ela, pois sabia
que era por ela e pela filha também. Hoje ela tem dois filhos, conseguiu
concluir o curso de enfermagem, sempre se destacou no trabalho, sempre cuidou
dos filhos e da família”, destaca a prima.

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