Amazônia Legal tem queda no desmatamento, mas registra aumento expressivo na degradação ambiental em 2024. Como consequência das queimadas, a área afetada ultrapassou 36 mil km².

O desmatamento na Amazônia caiu 7% em 2024, de acordo com levantamento do Imazon. Foram derrubados 3.739 km² de floresta, uma redução em relação aos 4.030 km² registrados em 2023. No entanto, a degradação ambiental teve um aumento preocupante de 497%, atingindo a marca de 36.379 km². Esse crescimento é atribuído principalmente às queimadas que ocorreram nos meses de agosto e setembro do ano passado.

A Amazônia Legal fechou o ano de 2024 com uma diminuição no desmatamento, mas um aumento expressivo na degradação florestal. As queimadas que afetaram diversas cidades brasileiras em 2024 também contribuíram para um aumento de quase 80% em relação ao ano anterior, segundo o MapBiomas. Mais de 30 milhões de hectares foram queimados, equivalente a uma área maior do que o estado do Rio Grande do Sul, sendo a maior parte coberta por vegetação nativa.

Em relação ao desmatamento, os 3.739 km² derrubados em 2024 representam uma redução de 7% em comparação com o ano anterior. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba 9 estados. Em comparação com 2022, a queda no desmatamento foi ainda maior, atingindo 65%, quando 10.573 km² foram destruídos. Mesmo com essa redução, mais de mil campos de futebol de árvores foram perdidos diariamente em 2024.

O Imazon registrou um aumento de 497% na degradação florestal em 2024, totalizando 36.379 km² afetados. Isso representa um grande salto em relação aos 6.092 km² registrados em 2023. A degradação florestal é caracterizada por danos parciais à vegetação, conservando a presença das árvores, porém sofrendo impactos significativos, como queimadas e extração de madeira.

Os satélites utilizados pelo Imazon são mais refinados do que os do governo e conseguem detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe consideram áreas maiores que 3 hectares. O programa SAD monitora mensalmente a degradação florestal e o desmatamento na região, utilizando satélites Landsat 7 e 8 da NASA e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B da Agência Espacial Européia. Esses satélites permitem uma análise frequente da região, priorizando imagens adquiridas na última semana de cada mês para identificar mudanças no ambiente.

O aumento na degradação florestal em 2024 foi o maior registrado desde o início do monitoramento pelo Imazon em 2009. A alta significativa, impulsionada pelas queimadas, fez com que o ano de 2024 superasse o recorde anterior de 2017, quando 11.493 km² foram degradados. A preocupação com a preservação da Amazônia continua sendo um desafio, e medidas eficazes devem ser tomadas para conter a destruição do maior bioma brasileiro.

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