Ameaça de vazamento em Chernobyl causa temor de radiação na Europa

A Europa pode sofrer com radiação, se a Rússia não permitir que especialistas consertem a rede elétrica que abastece a usina de Chernobyl e as demais instalações nucleares na Ucrânia. O local está completamente sem fornecimento de energia e pode ocorrer vazamento. 

Em uma postagem nesta quarta (09), o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, solicitou apoio da comunidade internacional no pedido de cessar-fogo ao Kremlin. De acordo com ele, as tropas russas ocupam a unidade e impedem a restauração do serviço de resfriamento da instalação de armazenamento de combustível nuclear. 

Dmytro afirma que os geradores a diesel de têm capacidade para alimentar a central de Chernobyl por apenas mais 48 horas. Após esse período, tornam-se “iminentes os vazamentos de radiação”, postou. 

“A guerra bárbara de Putin coloca toda a Europa em perigo. Ele deve para com isso imediatamente”, defendeu ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. O acidente em Chernobyl completa em abril 36 anos. 

Um comunicado da empresa de gerenciamento de energia atômica da Ucrânia alerta sobre a possibilidade de  comprometer o meio ambiente com a  liberação de radioatividade no meio ambiente. 

“Eles [a estação de Chornobyl e todas as instalações nucleares da Zona de Exclusão] precisam de resfriamento constante. O que só é possível se houver eletricidade. Se não houver, as bombas não esfriarão. A temperatura nas piscinas de retenção aumentará, podendo ocorrer liberação de substâncias radioativas no meio ambiente“, diz a empresa.

À época do acidente de Chernobyl foi justamente um teste de segurança simulando falta de energia na estação que liberou a radiação para a região da União Soviética e para a Europa Ocidental.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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