Ana Maria Gonçalves: primeira mulher negra na ABL assume cadeira 33

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Ana Maria Gonçalves assumiu a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar um assento na instituição no lugar de Evanildo Bechara, que faleceu em maio deste ano. A cerimônia de posse ocorreu no Petit Trianon, na sede da ABL localizada no Centro do Rio de Janeiro.

Ao longo da história da ABL, Ana Maria representa a 13ª mulher a ser eleita para a Academia e a sexta entre os atuais membros “imortais”. Com 54 anos de idade – completando 55 poucos dias após a posse – a escritora se destaca como a acadêmica mais jovem a ocupar este cargo.

Durante a cerimônia, Ana Maria Gonçalves foi recebida por Lilia Schwarcz, que lhe entregou o colar de Ana Maria Machado e o diploma de Gilberto Gil. A comissão de entrada foi composta por nomes como Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão; enquanto a comissão de saída incluiu Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.

Nascida em Ibiá, Minas Gerais, em 1970, Ana Maria Gonçalves é sócia-fundadora da terreiro Produções. Abandonou sua carreira na publicidade, após 15 anos de atuação, para se dedicar à escrita de obras como “Ao lado e à margem do que sentes por mim” e “Um defeito de cor”, este último premiado pela Casa de Las Americas em Cuba no ano de 2007.

Além de sua atuação literária, Ana Maria Gonçalves também expandiu sua influência para fora do país, publicando contos em Portugal, Itália e nos Estados Unidos, onde viveu por oito anos. Ela foi escritora residente em instituições como as Universidades de Tulane, Stanford e Middlebury, todas nos Estados Unidos.

“Um defeito de cor”, obra de 952 páginas publicada em 2006, é um marco na carreira de Ana Maria, narrando a história de Kehinde, uma mulher negra que foi sequestrada no Reino do Daomé e escravizada na Bahia, inspirada na vida de Luiza Mahin, mãe do advogado abolicionista Luis Gama. O livro foi tão impactante que serviu como enredo para a Escola de Samba Portela em 2024.

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