Ana Paraguaia, também conhecida como Ana Lúcia Ferreira, é uma figura central na aliança entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por intermediar a compra de armas e drogas entre fornecedores do Paraguai e criminosos do Rio de Janeiro. A quadrilha atuava a partir de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, movimentando cerca de R$ 250 milhões entre os anos de 2020 e 2022, segundo investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Entre os produtos comercializados estão fuzis, pistolas e metralhadoras antiaéreas.
No Rio, o braço da operação era liderado pelo traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, que faleceu em junho de 2022. Ele era responsável por revender parte das mercadorias recebidas para outras comunidades controladas pelo CV. Ana Paraguaia, por sua vez, era encarregada de negociar a compra de armas e drogas em Ponta Porã, bem como organizar a logística para transportar o material para o Complexo do Alemão. Sua prisão ocorreu em Taubaté, São Paulo, durante uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos estados.
Casada anteriormente com Elton Leonel da Silva, conhecido como Galã e ligado ao PCC, Ana assumiu um papel de destaque no crime após a prisão de seu marido, tornando-se a principal interlocutora nas negociações com fornecedores. Posteriormente, ela se envolveu com o traficante Professor, que já controlava o tráfico na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Além de Ana, a polícia prendeu Gustavo Miranda de Jesus, apontado como braço-direito de Professor, envolvido em atividades de lavagem de dinheiro.
Ainda foragido, Luiz Eduardo Grego, conhecido como Cocão, é suspeito de fornecer suporte operacional para o transporte de armas e drogas. Ana estaria treinando Grego para substituí-la nas negociações com os fornecedores paraguaios. A operação policial, batizada de Bella Ciao, faz referência à série “Casa de Papel”, na qual um personagem chamado Professor lidera um grupo de assaltantes. A ação destaca a importância de desbaratar alianças perigosas como a de Ana Paraguaia, revelando as conexões obscuras por trás do tráfico de armas e drogas no Brasil.