Anabolizantes falsificados: celebridades e associações ligadas a esquema são investigadas pela polícia

Entidades de fisiculturismo e até atriz pornô fizeram propaganda para empresa
que falsificava anabolizantes; polícia apura

Investigadores apuram propagandas feitas nos últimos meses, em diversas
plataformas, para saber se essas pessoas podem ser investigadas e se houve
lavagem de dinheiro da quadrilha. Atriz pornô fez propaganda e presidente de
associação de fisiculturismo anunciou prêmio de R$ 25 mil.

Anabolizantes caseiros apreendidos na Operação Kairos — Foto: Henrique
Coelho/de

Anabolizantes caseiros apreendidos na Operação Kairos — Foto: Henrique Coelho/de

A 76ª DP (Niterói) vai aprofundar as investigações sobre o financiamento de
empresas da quadrilha que produzia anabolizantes clandestinos no Rio de Janeiro
para influenciadores e organizações de fisiculturismo.

Na terça-feira, 15 pessoas foram presas em uma operação da Polícia Civil com o
Ministério Público do Rio.

Os anabolizantes, produzidos de forma caseira e clandestina, podem possuir entre
seus elementos remédios contra sarna e piolho nas suas respectivas fórmulas.

A polícia apura inúmeras propagandas feitas nos últimos meses, em diversas
plataformas, para saber se essas pessoas poderão ser investigadas. Os
investigadores tentam encontrar possíveis formas de lavagem de dinheiro da
quadrilha:

> “Vamos verificar os ativos e sua circulação, mas também há muitos
> influenciadores do fisiculturismo e atletismo que divulgam essas marcas”,
> disse a delegada Iasminy Vergetti, assistente na 76ª DP.

Elisa Sanches, atriz pornô e influencer digital, já fez propagandas para uma das
marcas da quadrilha e participou de um videocast da marca Next Pharmaceutics.
Ela não é investigada pela polícia, mas foi citada durante as investigações como
uma das influenciadores patrocinadas.

Elisa Sanches, atriz pornô e influenciadora, participou de podcast ligado à
empresa alvo de operação na terça-feira — Foto: Reprodução/Instagram

Presidentes e ex-presidentes de diferentes associações de fisiculturismo serão
obrigados pela Justiça a cumprir medidas cautelares, entre elas não sair do
Estado do Rio. Uma das organizações chegou a pagar R$ 26 mil em dinheiro para
premiações.

Entre as marcas divulgadas, estão Next e Thunder, produzidas pelo grupo
investigado pela Polícia Civil e pelo MP. A polícia identificou pagamentos das
marcas para duas associações de fisiculturismo.

Um dos que sofreram medidas cautelares é Gustavo Cavalcanti Costa. Para a
polícia, há indícios de pagamento da Next pharmaceutics, uma das marcas da
quadrilha, para a Brasil Fisiculturismo & Fitness (Braff), da qual ele é o
presidente.

O de e a TV Globo pediram notas para Elisa Sanches e Gustavo Cavalcanti Costa, e
aguardam as respostas dos citados na reportagem.

Prêmio da BRAFF oferecido foi de R$ 26 mil em dinheiro; polícia apura ligação de
dirigente com pagamentos de empresas ligadas a esquema — Foto:
Reprodução/Instagram

Gustavo Costa, presidente da Brasil Fisiculturismo & Fitness — Foto:
Reprodução/Instagram

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