Anápolis ganhará ambulatório para tratar pacientes com sequelas da Covid-19

Nesta sexta-feira, 22, o Diário do Estado conversou com o secretário municipal de Saúde de Anápolis, André Braga. Ele contou tudo sobre a vacinação no município. “Tivemos a grata satisfação de Anápolis ter sido escolhida pelo governador Ronaldo Caiado para ser a primeira cidade do estado a iniciar a campanha de vacinação, na segunda-feira, dia 18. Ele fez isso em reconhecimento por Anápolis ter sido pioneira, com o prefeito Roberto Naves, a abrir as portas e acolher os cidadãos brasileiros que vinham de Wuhan“, explica.

Anápolis foi a segunda cidade brasileira a imunizar um indivíduo contra o coronavírus, segundo o secretário. A primeira, se desconsiderada a vacinação “extraoficial” ocorrida no estado de São Paulo, e promovida pelo governador João Dória. “Tão logo fizemos a imunização simbólica da campanha com o governador, já fomos para uma Instituição de Longa Permanência para idosos, onde iniciamos a imunização dos que estão em situação de internação: acamados, com dificuldade de locomoção, e dos seus cuidadores“, conta o responsável pela pasta da saúde da cidade.

“Vieram 5.960 doses de vacina para o município de Anápolis. Então fizemos um cálculo estatístico e priorizamos os idosos internados. Logo começamos a imunização dos profissionais de saúde das instituições específicas para Covid, e das áreas críticas das instituições mistas. Paralelamente, priorizamos também os idosos acima de 85 anos, e de forma pioneira, estamos imunizando-os nos seus lares. Hoje, já contabilizamos o total de 850 pacientes imunizados”, conta André Braga.

Sobre as 140 mil vacinas que devem vir para Goiás da leva de 2 milhões que o Brasil receberá da Índia (vacina de Oxford), o secretário ainda não tem ideia de quantas irão para sua cidade, mas acredita que o mesmo cálculo proporcional realizado pela Secretaria de Estado de Saúde na primeira remessa, deve ser repetido para outros imunizantes. “Estamos tranquilos, e aguardando”, afirma Braga.

E tem novidade no sistema de saúde municipal de Anápolis: “Hoje, dia 22 de janeiro, estamos publicando uma nota técnica, em que estamos reavaliando a nossa situação epidemiológica”, conta o servidor público. “Voltaremos a divulgar semanalmente o número de casos novos, a gravidade e a ocupação dos leitos”, garante. “Gostaria de reforçar para a população anapolina que nós podemos ficar tranquilos. Na próxima semana, lançaremos um ambulatório pós Covid, em que pacientes terão tratamento clínico para sequelas“, conta o secretário de saúde.

Veja mais na entrevista acima.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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