“Anápolis vai se transformar num parque industrial automobilístico”, afirma Caiado

Na tarde desta segunda-feira, 23, durante visita à instalação da Caoa, governador Ronaldo Caiado afirmou que “Anápolis vai se transformar num parque industrial automobilístico. É esse o nosso sonho”. A montadora anunciou a aplicação de mais R$ 1,5 bilhão de investimentos na região, em cinco anos. “Temos um potencial de crescimento ímpar, uma logística diferenciada de outros Estados”, assegurou. “Goiás é a bola da vez”, destacou. 

Caiado apontou a estratégica do município como ponto forte para consolidação do projeto. De acordo com o governador Anápolis tem a seu favor o fato de estar na região central do País, investimentos já anunciados para melhoria das malhas rodoviárias federal e estadual, inauguração de linha férrea e o aeroporto de cargas. “Não existe um Estado que tenha tantas alternativas”, destacou o governador. 

O presidente da Caoa, Mauro Correia, falou que a estrutura já consolidada no município soma a favor do projeto, como por exemplo, a detenção da engenharia responsável pelo desenvolvimento de motores flex. “Goiás hoje tem, em Anápolis, o mais moderno centro de desenvolvimento de eficiência energética para motores do Brasil, que foi implementado por uma empresa nacional e que é gerenciado por goianos”, declarou . 

A expansão da Caoa em território goiano foi viabilizada pela reinserção do Centro-Oeste na política de incentivos fiscais para o setor automobilístico, a partir da Medida Provisória 987/2020. 

Mauro afirma que os investimentos locais garantiu a manutenção de empregos e abriu margem para ampliação. A previsão é de nos próximos dois anos gerar 2 mil empregos diretos e 25 mil indiretos. Também foi apontado que também lançará novos veículos e atrair empresas satélites quando a produção anual ultrapassar as 100 mil unidades mensais. Atualmente, é de 86 mil. 

Fotos: Hegon Corrêa

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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