Anatel apreende 22 mil produtos na Black Friday com ajuda da IA

Com ajuda da IA, Anatel apreende 22 mil produtos na Black Friday

As ações de fiscalização planejadas pela Anatel ocorreram em cinco centros de armazenagem e distribuição da Amazon e do Mercado Livre

Com a ajuda da Inteligência Artificial (IA), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apreendeu cerca de 22 mil produtos de telecomunicações, com valor estimado em mais de R$ 3 milhões, em cinco centros de armazenagem e distribuição da Amazon e do Mercado Livre localizados em Betim/MG e Cajamar/SP.

A operação Black Friday, realizada em conjunto com a Divisão de Repreensão ao Contrabando e Descaminho (DIREP) da Receita Federal do Brasil (RFB) apreendeu aparelhos celulares, power banks, carregadores de celular, drones, fones de ouvido, microfones, baterias, notebook smartwatch, TV Box, entre outros.

“As ações de fiscalização presenciais nos centros de distribuição dos marketplaces são mais um passo que a Agência dá no combate à pirataria de produtos de telecomunicações. Além dessas ações, existe uma decisão cautelar em vigor por meio da qual a Anatel impôs, aos maiores marketplaces, medidas como a inclusão do código de homologação válido nos anúncios dos aparelhos celulares nas plataformas” informa a superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesiléa Teles.

Para realizar esse monitoramento, a Anatel desenvolveu o Regulatron, que é uma ferramenta de Inteligência Artificial destinada a automatizar a coleta (webscraping), o processamento, a visualização e a análise quantitativa e qualitativa de anúncios veiculados. A IA ajudou a verificar se os produtos vendidos via marketplaces estavam sendo comercializados legalmente.

Isso significa, para a Receita Federal, que os produtos não são objeto de descaminho, contrabando ou de evasão de impostos. Já para a Anatel, isso significa verificar se os produtos de telecomunicações observam os padrões de qualidade e segurança do programa de certificação e homologação da Agência.

Apenas produtos de telecomunicações homologados podem ser comercializados no País. Esses padrões são aplicados em testes de laboratório e rejeitam, por exemplo, o produto que emite radiação além do considerado seguro, que causa interferências nas redes wifi, que provoca risco de choques ou incêndios, ou que possa ser utilizado para coletar ilegalmente dados do cliente.

Além disso, o programa de homologação exige que exista um responsável legal sobre o produto no país, fabricante ou importador, para que o consumidor possa acioná-lo para questões com garantia e assistência técnica em caso de defeito.

Desenvolvido e aperfeiçoado por servidores da própria Anatel, o Regulatron é objeto de constantes atualizações. Além de ter sido programada com o uso de Inteligência Artificial, a Operação Black Friday contou com a participação direta de 48 agentes de fiscalização e 12 servidores de apoio da Agência, assim como 20 servidores da DIREP/RFB. A Procuradoria Federal Especializada junto à Anatel, a Corregedoria da Agência e servidores da Superintendência de Outorga e Recursos à Prestação também acompanharam a operação.

A Operação Black Friday, que aconteceu entre os dias 26 e 29 de novembro, integra o Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP) da Agência, que já resultou na retirada, do mercado, de cerca de 8,02 milhões de produtos irregulares desde 2018, conforme dados disponíveis na página da Anatel dedicada ao tema.

O conselheiro Alexandre Freire, patrocinador do tema na Anatel, ressaltou que “as ações de fiscalização realizadas em parceria com a Receita Federal reafirmam o compromisso da Agência com a proteção dos consumidores e a segurança do mercado de telecomunicações”. A Anatel reforça que produtos não homologados trazem sérios riscos à saúde, à segurança e à confiabilidade das redes, além de comprometerem a competitividade das empresas que atuam de forma legal.

Freire enfatizou ainda o uso estratégico da Inteligência Artificial nas ações da Anatel, especialmente no monitoramento de marketplaces, permitindo a identificação de padrões de comercialização de produtos irregulares e aumentando a eficácia da fiscalização. Ele informou que, em futuras operações, novas ferramentas tecnológicas serão implementadas, ampliando a capacidade da Agência de proteger o setor e os consumidores, além de reforçar a segurança e a equidade no mercado de telecomunicações.

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Urgência na Câmara: PL revisa BPC e limite do salário mínimo

Avança na Câmara PL de revisão do BPC e limite do salário mínimo

Proposta faz parte do pacote de revisão de gastos públicos apresentado pela equipe econômica do governo Lula

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (4/12), a urgência do projeto de lei (PL) que visa otimizar benefícios sociais concedidos pela União para estabilizar a economia. A proposta aprovada por 267 parlamentares compõe o pacote de revisão de despesas públicas. A expectativa do Palácio do Planalto é economizar cerca de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

O requerimento de urgência foi aprovado com 267 votos favoráveis, sendo que é necessário maioria absoluta dos deputados, equivalente a 257 votos.

Apesar de ter a urgência aprovada na Câmara, o pacote não é unanimidade entre os deputados. Isso acontece porque muitos parlamentares se posicionaram contra a revisão depois da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para desbloquear as emendas parlamentares.

Dino desbloqueou a execução das emendas parlamentares depois de analisar um projeto de lei complementar (PLP) apresentado pelo Congresso Nacional, mas apresentou ressalvas no texto.

No que se refere ao desapontamento dos parlamentares, a Advocacia-Geral da União apresentou ao ministro Dino um pedido de esclarecimento da decisão. O órgão solicitou que sejam considerados os pontos estabelecidos pelo PLP aprovado no Congresso, a proposta cria novas regras para destinação de emendas.

O projeto de lei abrange novas regras ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Além de limitar o aumento real do salário mínimo até 2030.

“O projeto de lei tem a finalidade de racionalizar despesas públicas primárias, com vistas a aperfeiçoar o orçamento público e ajustar o ritmo de crescimento do gasto obrigatório ao disposto na LC 200/2023 (arcabouço fiscal), que limita o crescimento real da despesa a 70% da variação da receita, sempre entre 0,6% e 2,5%”, defendeu o governo na apresentação da proposta.

O texto, por exemplo, torna obrigatória a inclusão do código da Classificação Internacional de Doenças (CID) nos sistemas informacionais do BPC; e obriga os beneficiários com cadastro desatualizado há mais de 24 meses a regularizar a situação.

Pela proposta o salário mínimo será vinculado aos índices de crescimento real da despesa primária, fixados no arcabouço fiscal. Atualmente, o saldo é reajustado com base na combinação da inflação do ano anterior e a variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB).

Com a urgência aprovada, o projeto será analisado diretamente no plenário da Câmara, sem necessidade de ser apreciado nas comissões temáticas da Casa.

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