Inquilino de Crespo, André Dias recorda bastidores do tri pelo São Paulo e diz: “Sou pouco citado”
Ex-zagueiro, que alugou casa do argentino quando atuou na Itália, recorda momentos com Muricy e Ceni no Tricolor, cita briga entre Fabio Santos e Carlos Alberto e revela mágoa com a diretoria.
André Dias relembra o título do Campeonato Brasileiro de 2008 pelo São Paulo. Não há uma camisa do São Paulo pendurada nas paredes da ampla casa de um dos pilares do tricampeonato brasileiro do Tricolor, em 2006, 2007 e 2008.
Presenteadas a amigos ou rifadas para causas beneficentes, as lembranças físicas de André Dias foram embora, mas sua passagem pelo Morumbis ainda é simbolizada por medalhas, prêmios individuais e muitas memórias de uma passagem que se encerrou há 15 anos.
Aos 46, o ex-zagueiro de Goiás, São Paulo e Lazio recebeu a reportagem do site Globo Esporte em sua sala, em Curitiba, e demonstrou certa mágoa com a falta de valorização de seu nome na história do Tricolor.
– Eu sinto que tanto o clube quanto o torcedor dão mais valor aos títulos da Libertadores do que ao Brasileiro. E o São Paulo estava há um tempão sem ganhar até 2006 (desde 1991). Fala pra mim qual foi a vez que o São Paulo disse: “Pô, vamos fazer uma festa do tricampeonato brasileiro”?
– Lógico que sou grato ao clube por tudo, a grande maioria das coisas que eu tenho é graças ao São Paulo, mas a minha gratidão maior é pelo torcedor, não pela diretoria, porque os caras não têm reconhecimento nenhum. Não precisam me ligar todo dia e agradecer. Mas podiam ao menos valorizar o feito que a gente fez. Ganhamos três vezes o Brasileirão em seguida e até hoje ninguém teve uma defesa menos vazada que a de 2007. E olha quanto tempo já passou. E os caras lembram? Ok, o Miranda teve uma carreira muito mais vitoriosa, falam do Pirulito (Alex Silva), mas eu sou muito pouco citado. E sempre foi assim – desabafou o ex-zagueiro nascido no ABC Paulista.
André Dias foi contratado pelo São Paulo em 2006 depois de fazer um bom ano anterior pelo Goiás. Ele venceu os três campeonatos brasileiros e em 2010 foi vendido para a Lazio da Itália. Por lá, jogou por quatro anos e morou num apartamento que pertencia ao então atacante Hernán Crespo, hoje técnico do Tricolor.
– Eu estava procurando casa em Roma, e o Lionel Scaloni, hoje técnico da seleção argentina e que jogava comigo, me falou que o Hernán Crespo tinha uma casa para alugar. Fui dar uma olhada, gostei e fiquei na casa do Crespo por uns dois anos e meio. Era bem bonita, a casa era boa. A gente conversou algumas vezes, mas só por telefone quando tinha de resolver alguma coisa – contou.
Entre as memórias dos tempos do CT da Barra Funda está a briga entre dois “bad boys” da época: o ex-meia Carlos Alberto e o ex-volante Fábio Santos, que entraram em conflito em 2008.
– Cara, o Adriano não conseguiu segurar o Fábio (risos). Era o Adriano Imperador separando, pra você ter uma ideia (risos) – disse ele, em história que será detalhada nas linhas abaixo.
