Andrés Sanches é acusado de receber R$ 2,5 milhões de propina

O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanches teria recebido dinheiro de caixa dois para sua campanha em 2014 da Odebrecht. O deputado do PT de São Paulo negou acusações, feita por dois executivos, delatores, da empreiteira.

Segundo informações veiculadas pelo jornal Folha de S. Paulo, a revelação da propina paga, é parte do acordo de delação premiada fechada pelo ex-diretor-superintendente da empresa, Luiz Bueno, e pelo ex-presidente de infraestrutura da Odebrecht, Benedito Júnior, conhecido como BJ.

Os executivos estão entre os outros 77 funcionários da empresa que acertaram acordo de delação premiada com os investigadores.

Andrés teria recebido o dinheiro através de intermediação de André Luiz de Oliveira, conhecido como “André Negão”, vice-presidente do clube paulista e assessor de Sanchez. Ele já havia sido interrogado pelas investigações da Lava Jato no ano passado, após figurar em uma das planilhas de nomes que supostamente teriam recebido dinheiro de propina da Odebrecht.

De acordo com as investigações, as planilhas da empreiteira teriam um endereço na zona leste de São Paulo, apontada como a residência de André Negão.

As acusações apontam que havia ainda um lembrete para que um pagamento de R$ 500 mil fosse feito ao assessor de Sanchez. Essa verba seria utilizada para as despesas de campanha a deputado de Andrés, que acabou eleito naquele ano.

Arena Corinthians

Também segundo a Folha de S. Paulo, o acordo de delação firmado pelos executivos inclui uma série de documentos que comprovam o repasse de R$ 2,5 milhões à Sanchez. As investigações podem inclusive recair sobre a construção da Arena do Corinthians, em Itaquera, já que o estádio foi construído pela Odebrecht.

Os responsáveis pela delação que pode incriminar Sanchez, Luiz Bueno e Benedito Júnior teriam também sido os executivos da Odebrecht responsáveis pela condução das obras da arena.

Os dois inclusive frequentavam camarotes do estádio com Sanchez, e faziam visitas também ao gabinete do deputado em Brasília.

A Odebrecht nega em suas delações que teria contribuído com propinas para a construção do estádio na zona leste de São Paulo. Sanchez e seu advogado negam qualquer recebimento de propina pelo deputado, afirmando que “não há qualquer delação direta” contra ele.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos