A história de Andrew Andrade do Amor Divino, um trabalhador morto com um tiro de fuzil disparado por um policial militar, tem causado comoção e revolta na comunidade da Pavuna, no Rio de Janeiro. Sua viúva, Dayene Nicacio Carvalho, de 25 anos, contesta veementemente a versão apresentada pela Polícia Militar. Segundo ela, Andrew não era bandido e apenas queria voltar para casa após uma comemoração com amigos. O trágico episódio ocorreu na madrugada de sábado (8) e chocou a todos que conheciam o jovem de 29 anos.
Dayene relata que o marido estava em um carro de um vizinho, com o som alto e os vidros fechados, quando foi abordado pela polícia. De acordo com ela, Andrew não ouviu o comando de parada devido ao barulho do ônibus na frente do veículo. A última troca de mensagens entre o casal ocorreu momentos antes do incidente, quando Dayene perguntou se ele já estava a caminho de casa. A viúva enfatiza que o marido era habilitado, o carro estava regularizado, e não havia motivo para fugir ou desobedecer às autoridades.
Após receber a notícia do ocorrido, Dayene se dirigiu à Delegacia da Pavuna em busca de informações, mas não havia nenhum registro do caso. Ao chegar ao Hospital Getúlio Vargas, recebeu a trágica confirmação de que Andrew havia sido baleado. Com dois filhos para criar, um menino de seis anos e um bebê de 28 dias, a jovem agora enfrenta o desafio de seguir em frente sem o marido, seu companheiro de oito anos.
De acordo com relatos de amigos e familiares, Andrew era um mototaxista e entregador, além de consertar celulares em casa para complementar a renda familiar. O casal tinha acabado de comprar uma casa com um empréstimo bancário e estava construindo uma nova vida juntos. Nas redes sociais, a comoção e a indignação com a morte do trabalhador foram evidentes, com amigos, vizinhos e colegas de muay thai pedindo por justiça em sua homenagem.
Diante da repercussão do caso, a Secretaria de Estado de Polícia Militar reafirmou sua versão dos fatos, enquanto a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital está investigando a morte de Andrew. O desfecho desta trágica história mobilizou a comunidade local e levantou questionamentos sobre os procedimentos adotados pelas forças de segurança. Enquanto isso, Dayene se vê enfrentando a dura realidade de cuidar dos filhos sozinha, lembrando do último passeio que a família fez no parque de diversões e do desejo do filho mais velho de enterrar o pai e brincar com ele novamente.




