Aneel diz que conta de luz fica até 16,7% mais cara com leilão da Eletrobras

A privatização da Eletrobras vai impactar diretamente as contas de luz. Conforme relatório de contribuição à consulta pública enviado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao Ministério de Minas e Energia (MME), a previsão é a de que haja aumento entre 0,2% a 16,7%. A variação nos índices de reajustes vai variar de acordo com a quantidade de energia “cotizada” que cada distribuidora compra da concessionária nacional.

Como o consumidor já havia pago pela construção das usinas, em 2012 a então presidente Dilma Rousseff determinou que as hidrelétricas cujas concessões já estivessem vencidas entrariam no sistema de cotas. Ou seja, a energia gerada por elas seria vendida às distribuidoras sem o custo necessário para amortizar os investimentos realizados no início dos projetos. Na época, o megawatt-hora (MWh) caiu de R$ 140 para R$ 60, aproximadamente.

Justamente por isso, a Medida Provisória (MP) 579 de 2011, convertida posteriormente na Lei 12.783, teria como reflexo a redução da conta de luz. O problema é que o governo Michel Temer considera a possibilidade “descotizar” a energia.

Isso significa que ele pretende permitir às companhias interessadas na Eletrobras vender a energia a preço de mercado, conforme admitido pelo secretário-executivo de Minas e Energia, Paulo Pedrosa. O megawatt-hora saltaria, portanto, de R$ 60 para R$ 140. Faria o caminho inverso ao proposto na MP 579. Em alguns casos, poderia chegar a até R$ 250.

Além de pesar sobre o consumidor, a Aneel afirma que a descotização ameaça a segurança jurídica dos contratos assinados sob o preceito da Lei 12.783. Afinal, as empresas que aceitaram a proposta do governo em 2012, e recebem R$ 60 por MWh, seriam prejudicadas.

“A modificação legal proposta pelo MME prevê alteração do controle societário das concessionárias controladas pelas União concomitantemente com mudança no regime comercial a elas associado. Na opinião desta Agência, a modificação pretendida acarreta riscos de instabilidade setorial, ao abalar a segurança jurídica dos contratos vigentes”, diz o texto.

Contraponto

Apesar do relatório emitido pela Aneel, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, afirma que o impacto final das medidas poderá ser positivo para os consumidores, com redução de custos finais.
“A conta final disso, na minha visão, é positiva para o consumidor, não é negativa. Mas, independente do conceito numérico, o mais positivo é o movimento de colocar os preços corretos, que é o que leva a empresas saudáveis e países com sustentabilidade”, disse.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, também defendeu que a eventual venda do controle da Eletrobras não deverá gerar qualquer risco para o abastecimento de energia do país. Até o fechamento desta edição, o MME não se manifestou.

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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