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Aneel vem a Goiás e cobra medidas emergenciais da Enel

Em coletiva com o governador Ronaldo Caiado, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, anunciou que irá exigir da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia no Estado, um plano emergencial a curto prazo para que o serviço seja melhorado em todo o território. O anúncio ocorreu após o governador ter se reunido ontem com o BNDES e representantes dos ministérios de Minas e Energia e Economia para discutir a segurança e a qualidade na distribuição da energia em Goiás. Hoje, mais uma vez, ele ressaltou os prejuízos para o Estado e disse que isso prejudica o desenvolvimento e novos investimentos.

Caiado explicou ao diretor da Aneel que a melhora na qualidade do serviço é um clamor de todos em Goiás. Segundo ele, toda população está sendo atingida pelo descaso da Enel. Ele citou que o Estado tem uma média de 26 horas de interrupção no serviço, o dobro da segunda empresa colocada no ranking de reclamações da Aneel.

A Comigo, empresa que trabalha com Soja, em Palmeiras de Goiás, deixou de fazer um investimento na ordem de R$ 50 milhões porque a Enel não teve como aumentar o fornecimento de energia. “São vários casos, tenho um outro exemplo de um empresário em Jataí que com suas economias construiu uma churrascaria e ao pedir o fornecimento de energia elétrica, disseram a ele que teria que fazer um investimento de R$ 800 mil na rede de distribuição da Enel para que ele pudesse abrir a churrascaria. Ele teve que adquirir dois geradores, queimando óleo diesel dentro da cidade para poder colocar o estabelecimento em funcionamento”, reiterou o governador.
Caiado ressaltou que o problema em Goiás não é resultado de falta de energia, mas de investimentos em linhas de transmissão para promover a universalização do serviço.

 

Descaso
O governador disse que já tentou uma solução com a própria diretora da Enel, mas a resposta não foi satisfatória, já que os representantes afirmaram que a decisão de novos investimentos e soluções para as demandas de Goiás dependiam de decisão de investidores em Roma, na Itália, onde está a sede da empresa.
Caiado também relatou sua preocupação com o fato da Enel estar se expandindo em todo Brasil. A empresa atua em várias partes do País e recentemente comprou a Eletropaulo, empresa de distribuição de São Paulo, que tem mais de sete milhões de consumidores. “Precisamos saber se estão priorizando outras áreas e deixando de lado Goiás”, questionou o governador.

 

Plano Emergencial
Rodrigo Limp esclareceu que todos os dados da Aneel mostram realmente que o serviço está abaixo do que exige o órgão regulador. Segundo ele, a Enel apresenta um número de interrupções e, principalmente, o tempo de interrupção ou falta do serviço de energia bem acima da média. Ele também destacou que o número de denúncias junto a Aneel (feita pelo consumidor depois que Enel não consegue resolver o problema) é alarmante. Só para se ter uma ideia esse número já ultrapassa as reclamações da Eletropaulo, que tem 7 milhões de unidades consumidoras, número bem maior que os 3 milhões que Goiás possui.

Segundo o diretor, a Enel é uma das distribuidoras que se encontra em acompanhamento especial pela Aneel, que é um plano de resultados, que serve para o órgão regulador acompanhar mais de perto as empresas que estão com um serviço aquém do esperado. Inclusive, hoje a Aneel divulgou que restringiu a distribuição de dividendos da Enel Goiás entre os acionistas da empresa por descumprir indicadores de qualidade.

Além disso, nos últimos dois anos, desde que a Enel assumiu a distribuição da energia no Estado, a empresa já teve que compensar ou fornecer descontos na conta de energia para seus clientes em cerca de R$ 126 milhões. Nos últimos anos a empresa também já foi multada pela Aneel em cerca de 41 milhões justamente pela falta de qualidade no serviço.

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