Anemia causaqueda decabelo? Entenda a relação e saiba o que fazer

A queda de cabelo pode estar ligada à anemia ferropriva. Entenda como a deficiência de ferro afeta os fios e quais cuidados tomar para reverter o quadro.

Perceber tufos de cabelo caindo no banho, na escova ou pelo chão do quarto pode ser um alerta que muitas mulheres preferem ignorar, até que o espelho começa a mostrar as falhas. Quando isso acontece, surge uma avalanche de perguntas: será estresse? É hormonal? É falta de vitaminas? Mas uma das causas mais negligenciadas acaba sendo a anemia, que é a deficiência de ferro.

A anemia ferropriva, o tipo mais comum entre as mulheres em idade fértil, pode sim causar queda de cabelo. Dados do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 29,4% das mulheres apresentam anemia. O número é ainda maior quando falamos de crianças, atingindo 20,9% da população infantil.

Essa condição ocorre porque o ferro é fundamental para a oxigenação das células e para o bom funcionamento do ciclo capilar. Quando o organismo está com os níveis baixos, os fios podem parar de crescer ou cair em maior quantidade. Esse fenômeno é conhecido como eflúvio telógeno.

COMO A ANEMIA CAUSA QUEDA DE CABELO?

A anemia acontece quando há uma diminuição na quantidade de hemoglobina no sangue, que é a substância responsável por levar o oxigênio às células. No caso da deficiência de ferro, essa queda acontece por baixa ingestão, má absorção intestinal ou perdas sanguíneas, como ocorre em mulheres com fluxo menstrual intenso ou em gestantes.

Com menos oxigênio chegando aos folículos capilares, o couro cabeludo entra em um estado de “economia de energia”, priorizando funções vitais e reduzindo o fornecimento de nutrientes para as estruturas consideradas menos prioritárias, como os cabelos. O resultado é o afinamento dos fios, a interrupção do crescimento e o aumento da queda.

Se você tem sentido fraqueza, cansaço excessivo, anda mais pálida, tem sentido falta de concentração e suas unhas estão mais quebradiças, talvez seja o momento para investigar como andam seus níveis de ferro.

Ao confirmar o diagnóstico, é comum que o médico inclua o uso de suplementos, como o sulfato ferroso, que ajuda a restaurar os estoques de ferro no organismo.

“EFLÚVIO TELÓGENO: QUANDO A QUEDA É DIFUSA E REPENTINA”

Outro quadro bastante comum entre mulheres que vivem períodos de estresse, pós-parto, cirurgias ou dietas muito restritivas é o eflúvio telógeno. Nesse quadro, os fios entram em uma fase de queda com uma frequência maior da que deveriam e de forma difusa, ou seja, em todo o couro cabeludo.

A anemia pode ser uma das causas do eflúvio telógeno, mas não é a única. O déficit de ferro e de vitaminas do complexo B ou vitamina C, além de distúrbios hormonais, também podem influenciar esse quadro. O eflúvio telógeno costuma ser temporário e reversível, desde que a causa seja identificada e tratada corretamente.

Para quem precisa reforçar a absorção do ferro durante o tratamento, a vitamina C pode ser uma grande aliada. Ela melhora a biodisponibilidade do ferro no organismo, facilitando sua absorção pelo intestino.

A DIFERENÇA ENTRE QUEDA E QUEBRA DE CABELO

Nem toda mulher que vê cabelo no travesseiro está com queda capilar. Em muitos casos, o problema pode ser quebra, quando o fio parte no meio, geralmente por fragilidade, excesso de química ou uso de calor sem proteção.

Já a queda acontece na raiz, e pode ser percebida ao notar fios inteiros, com bulbo, saindo com facilidade. Nesses casos, é importante fazer o diagnóstico correto com um dermatologista, que pode solicitar exames de sangue para verificar deficiências nutricionais, alterações hormonais ou presença de anemia.

E SE NÃO FOR ANEMIA?

A queda de cabelo nas mulheres pode ter múltiplas causas além da anemia:

Alopecia androgenética: quadro de queda genética, geralmente mais comum após
os 30 anos, com rarefação na parte superior da cabeça.
Problemas hormonais: ovário policístico, menopausa e alterações na tireoide
podem influenciar o ciclo capilar.
Dietas restritivas: cortar grupos alimentares por conta própria pode levar à
deficiência de nutrientes essenciais para a saúde do cabelo.
Estresse crônico: o impacto emocional constante desregula o organismo como um
todo, inclusive a saúde dos fios.

Se a causa for a própria anemia, o tratamento adequado pode reverter a situação. Mas quando há outras condições associadas, o acompanhamento deve ser multidisciplinar, envolvendo endocrinologistas, ginecologistas e dermatologistas.

COMO PREVENIR OU AMENIZAR A QUEDA DE CABELO POR ANEMIA?

O primeiro passo é manter uma alimentação equilibrada, rica em fontes naturais de ferro, como carnes vermelhas, feijão, lentilha, vegetais verde-escuros e ovos.

Além disso:

Evite consumir alimentos ricos em cálcio junto com ferro, pois o cálcio
atrapalha sua absorção.
Prefira refeições que combinem ferro com vitamina C (ex: feijão com laranja,
brócolis com limão).
Hidrate os fios e use shampoos adequados para queda capilar, sempre com
orientação médica.
Não interrompa o uso de suplementos prescritos, porque o ferro demora para se
recompor no organismo.
Observe se há histórico de anemia ou queda capilar na família, principalmente
em mulheres.
Faça check-ups periódicos, mesmo quando não há sintomas evidentes.

A Drogal disponibiliza diversos produtos que ajudam no suporte à saúde da mulher e no cuidado capilar, além de contar com medicamentos de uso controlado e suplementos com orientação farmacêutica.

QUANDO PROCURAR AJUDA MÉDICA?

Se você percebeu uma queda repentina de cabelo ou se os fios estão cada vez mais ralos, é hora de buscar avaliação médica. O mesmo vale para quem já tem diagnóstico de anemia e está notando piora na saúde capilar. É importante buscar um médico o quanto antes para entender o que está acontecendo. Ele poderá avaliar o couro cabeludo e solicitar os exames necessários para identificar a causa com precisão.

Às vezes, o problema está mesmo ligado à anemia, mas só com exames e avaliação especializada é possível saber com certeza. Ficar tentando resolver sozinha pode atrasar o tratamento e até piorar a situação.

Lembre-se: automedicação pode atrasar o tratamento e até piorar o quadro. Portanto, mesmo que você identifique os sintomas, somente um profissional poderá confirmar se a queda está, de fato, ligada à anemia ou se há outras causas envolvidas.

Farmacêutica responsável

Eliane Messias Rodrigues – CRF ativo: CRF/SP 43.895

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