Ansiedade pode atrapalhar o desenvolvimento de atividades simples

Cerca de 10% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade
Como um alerta para nos proteger do perigo, a ansiedade é nossa companheira diária. Em casos cotidianos ela nos auxilia em atividades simples como, atravessar a rua, andar em um lugar escuro ou desviar de algo que está no nosso caminho. Mas esse aparato biológico pode se tornar um problema quando começa a atrapalhar. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão chega afetar quase 6% da população.
A psicóloga Jéssica Florinda Amorim explica que a ansiedade em níveis normais serve para nos proteger, porém o problema aparece quando começamos a interpretar como perigo o que na realidade não é. Desta forma, se desencadeia os transtornos de ansiedade que podem ser apresentados de várias formas, como por exemplo, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico, fobia social, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), entre outros.
Psicóloga Jéssica Florinda, foto: divulgação
“Em um nível patológico que começa a atrapalhar a nossa vida cotidiana normal, a gente começa a ter prejuízos com isso. Como por exemplo, parar de dirigir, não conseguir ir para os lugares ou não conseguir fazer provas”, afirma. Em situações com nível alto de estresse, o transtorno tende a se manifestar e também apresentar sintomas físicos. Segundo Jéssica, a pessoa pode ter “taquicardia, tontura, sensação de desmaios, sensação de formigamento, falta de ar. Podem também ter sintomas cognitivos que afetam a memória, a questão de concentração e outros”, explica.
O representante de vendas Eliezer de Paula, de 26 anos, afirma que a ansiedade se tornou evidente na vida dele quando teve que lidar com responsabilidades. “Desenvolvi grande dificuldade, medo de resolver problemas aparentemente simples e vergonha de falar em público”, conta. Um dos sintomas físicos que o representante de vendas sente é a insônia. A Indigestão e suor excessivo também são percebidos antes de algum compromisso importante.
“Todos os tratamentos que já procurei foi por pesquisa própria, já que as crises também acontecem na hora de tentar marcar um psicólogo. Tentei meditação, que traz um alívio no momento, mas não dura muito tempo. O melhor que consegui foi praticar exercícios, como correr e musculação”, explica. As causas que provocam esses transtornos são diversas. A correria do dia a dia, o anúncio de algum evento importante, o fato de se encontrar com alguém ou algum trauma que a pessoa sofreu na infância. De maneira geral, quem apresenta transtornos mentais tem mais chances de apresentar um transtorno depressivo.
Para evitar isso, a psicóloga afirma que a ansiedade patológica pode ser prevenida através da “psicoeducação, psicoterapia, análise de pensamentos. O que eu estou interpretando como perigo, aprender o que me deixa ansioso, aprender técnicas de manejo da ansiedade, como respiração, relaxamento e atividade física, qualidade de vida de uma maneira geral, que inclusive traz ganhos bastante rápidos com curta duração de tratamentos”, acrescenta.
Já a auxiliar de dentista Miriã Alves, de 23 anos, desconta na comida quando se sente ansiosa ou nervosa em relação a algum evento importante. O sono chega a ser interrompido quando começa a se sentir psicologicamente cansada. A atividade física é sua terapia. “E para não deixar que a ansiedade me atrapalhe, eu tento dizer para mim mesma que vai dar tudo certo”, afirma.

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Cientistas identificam vulcão responsável pelo resfriamento da Terra em 1831

Após quase 200 anos de mistério, cientistas finalmente identificaram o vulcão responsável por uma das erupções mais explosivas do século 19, que resfriou o clima da Terra em 1831. A erupção lançou grandes quantidades de dióxido de enxofre na estratosfera, causando uma queda de cerca de 1°C nas temperaturas médias do Hemisfério Norte. O evento ocorreu no final da Pequena Era do Gelo, um período caracterizado por temperaturas mais baixas.

Embora a data da erupção fosse conhecida, a localização do vulcão permaneceu um enigma. Pesquisadores resolveram o mistério analisando núcleos de gelo retirados da Groenlândia, examinando isótopos de enxofre, cinzas e fragmentos de vidro vulcânico depositados entre 1831 e 1834. A pesquisa geoquímica, combinada com datação e modelagem computacional, levou à identificação do vulcão como o Zavaritskii, situado na Ilha Simushir, parte do arquipélago das Ilhas Kuril, uma região disputada entre Rússia e Japão.

O Zavaritskii, que não havia sido relacionado anteriormente a grandes erupções, foi identificado com base em comparações geoquímicas entre amostras de cinzas e depósitos de gelo. A descoberta revelou que a erupção de 1831 teve impactos climáticos globais, mas por muito tempo foi atribuída erroneamente a vulcões tropicais. De acordo com o Dr. Stefan Brönnimann, da Universidade de Berna, a pesquisa agora confirma a origem da erupção nas Ilhas Kuril e não nos trópicos.

O estudo também sugere que, embora a erupção tenha sido de grande magnitude, o vulcão Zavaritskii estava em uma região isolada e mal monitorada, o que dificulta a previsão de futuras erupções em locais remotos. Esse evento foi um fator importante para o resfriamento do clima global, que, junto com outras erupções vulcânicas entre 1808 e 1835, contribuiu para o declínio da Pequena Era do Gelo.

Além disso, as erupções desses vulcões, incluindo a de 1831, podem ter causado falhas nas colheitas e episódios de fome em várias regiões, como na Índia, Japão e Europa. Embora as erupções tenham efeitos climáticos globais, a falta de monitoramento adequado de vulcões em áreas isoladas representa um desafio para futuras previsões. O estudo destaca a importância de considerar as consequências globais das erupções vulcânicas e a necessidade de preparação para eventos de grande magnitude.

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