Após cinco anos de intenso trabalho, a catedral de Notre-Dame de Paris está pronta para reabrir suas portas ao público no dia 7 de dezembro. A restauração, que foi transmitida ao vivo pela TV durante a visita do presidente francês Emmanuel Macron, revelou uma catedral completamente transformada, desde a torre até os vitrais.
O incêndio de 2019, que destruiu grande parte da catedral, exigiu mais do que uma simples reforma. Foi necessária uma revisão completa, incluindo a remoção de décadas de resíduos e fuligem acumulados desde a última restauração. A catedral gótica, embora não tenha ficado pronta a tempo para os Jogos Olímpicos de 2024, como desejava Macron, agora está preparada para receber fiéis e visitantes.
A torre, cujo colapso foi o clímax do incêndio, foi reconstruída usando uma mistura de técnicas tradicionais e computadorizadas. Os carpinteiros projetaram e construíram a enorme base de madeira, que foi içada para sua posição pelo maior guindaste da Europa. Uma estrutura de andaime permitiu que os trabalhadores encaixassem a estrutura, revestida com chumbo, e instalassem um novo galo dourado no topo.
O grande órgão, construído no século 18, não foi afetado pelo calor ou pela água durante o incêndio, mas sofreu com o acúmulo de poeira amarela – monóxido de chumbo – em seus canos. A estrutura, com 12 metros de altura, seis teclados e 7.952 canos, foi desmontada e levada para oficinas fora de Paris. Forros de couro de ovelha foram substituídos, e novos controles eletrônicos foram adicionados. Após a reinstalação, o instrumento foi reajustado, uma tarefa que leva vários meses.
Os oito sinos da torre norte também foram removidos em 2023 para limpeza e tratamento, e devolvidos recentemente. O maior dos sinos é chamado Emmanuel. No dia 7 de dezembro, as primeiras palavras do Arcebispo de Paris ao entrar na catedral recuperada serão: “Desperte, ó órgão, que o louvor a Deus seja ouvido!”
Embora a reforma tenha sido um sucesso, o trabalho não está completo. Ainda há andaimes ao redor de grande parte da extremidade leste, e nos próximos anos, as paredes externas da abside e da sacristia precisarão de tratamento. Há também planos para redesenhar a esplanada e criar um museu no vizinho hospital Hôtel-Dieu.