Especialista em Direito Médico explica judicialização da saúde

Na última década, os processos judiciais contra médicos e hospitais cresceram em volume estrondoso. Entre as principais reclamações de pacientes estão os planos de saúde e também cirurgias que visam alterações estéticas.

Segundo a presidente da Comissão de Direito Médico, Sanitário e Defesa da Saúde da OAB-GO, Caroline Santos, a maior número de processos na área é por falta da cobertura dos planos de saúde. Contudo, a advogada alerta que, em  muitas vezes, os consumidores se precipitam em ajuizar a ação.

“Em várias vezes o consumidor não lê o contrato, não está ao lado de um profissional que saiba interpretar determinadas cláusulas. O cliente só acaba procurando o Poder Judiciário quando não tem determinada cobertura, em caso de urgência”, afirmou.

Para evitar possíveis danos, a especialista ressalta a importância de ler o contrato detalhadamente. “Deve-se perguntar a respeito, pedir a alteração (do contrato). Temos que saber quais são os médicos e hospitais credenciados ao plano, o período de carência, sobre internações. Não se pode simplesmente analisar pelo preço e sair assinando.”

Outra área que fez crescer o número de ações judiciais na área da saúde foi a de cirurgias plásticas. Segundo Santos, muitos pacientes procuram a Justiça por não atingir o resultado inicialmente esperado. Este tipo de ação, contudo, pode ser considerada improcedente.

“O erro médico advém de um dolo ou de uma culpa, que vem da negligência, imperícia ou imprudência. A partir do momento em que eu não estou satisfeita com um determinado resultado, se a cirurgia for estética, a responsabilidade do médico é objetiva. Vai se analisar o agente, o nexo e o dano. Não se analisa se ele teve culpa”, esclareceu.

A advogada lembra que há ocasiões em que o paciente, para poder realizar determinado tratamento, não revela ao médico doenças pré-existentes ou hábitos que inviabilizariam o procedimento.

“Às vezes o paciente omite informações para o médico, como consumo de tabaco e bebida alcoólica, por exemplo. Essas informações são muito importantes para que o médico saiba de determinadas ocasiões que podem ocorrer ao longo de um tratamento clínico ou procedimento cirúrgico”, pontuou.

Jurisprudência

A judicialização da saúde tem mexido com o entendimento de tribuinais superiores, como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça. De acordo com Caroline Santos, atualmente se cobra mais transparência com relação ao termo de consentimento informado.

“Os tribuinais têm amadurecido em razão da importância dos médicos oferecerem em linguagem acessível o termo de consentimento informado. O paciente precisa externalizar a autonomia, decidindo se quer passar pelo procedimento. O que ocorre é que muitos hospitais têm utilizado um modelo para esse termo. Os tribunais têm cobrado veementemente os termos de consentimento em linguagem acessível para que o paciente tenha condições de responder se quer ou não se submeter ao procedimento”, explicou.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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