Press "Enter" to skip to content

Professor de Relações Internacionais explica tensão entre EUA e Coreia do Norte

Última atualização 20/10/2017 | 10:58

Entre várias das questões que causam temor em qualquer pessoa está a tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte. As posições antagônicas, que se firmaram desde a Guerra Fria, tomaram proporções que há muito não se viam e os discursos belicosos e agressivos dos líderes das duas nações têm preocupado lideranças mundiais.

Porém, o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Danillo Alarcon, explica que há vários fatores que podem impedir uma guerra. (Confira a entrevista completa acima).

“Não podemos negar a possibilidade de nenhum conflito, mas existem alguns elementos que podem assegurar que ele não venha a ocorrer. Primeiro o fato de que as armas nucleares têm capacidade para destruir o planeta. Ademais, o ministro de Relações Exteriores da Rússia já indiciou que não aceita e não quer uma guerra na península coreana. A própria China, que é uma aliada da Coreia do Norte, também tem tentado, por mecanismos econômicos, conter a Coreia”, disse.

Alarcon também citou as personalidades do presidente dos EUA, Donald Trump, e do ditador norte-coreano, Kim Jong-Um, como potencializadores do conflito verbal.

“Existe uma percepção de lideranças mundiais globais de que essa verborragia parte de dois homens que estão controlando arsenais nucleares e que não têm a racionalidade prevista pelas relações internacionais para um homem de Estado e tomador de decisão”, ressaltou.

Independência da Catalunha

Nas últimas semanas também ganhou destaque o referendo separatista da Catalunha em relação à Espanha. No início desta semana, o presidente catalão, Carles Puigdemont, fez um discurso ambíguo de declaração de independência no parlamento local, mas logo depois conclamou Madri ao diálogo. Segundo o professor Alarcon, houve uma sinalização de recuo dos catalães quanto à independência.

“ As próprias lideranças da Catalunha estão tentando refazer o processo de negociação. O governo de Madri também está pensando em um processo de descentralização do estado espanhol, o que, de certa maneira, satisfaria os desejos da Catalunha”, ponderou.

Uma das maneiras possíveis de se solucionar o secessionismo, conforme explica Alarcon, seria alterar a configuração do Estado Espanhol. “A Catalunha traz a questão histórica de que a Espanha é um Estado plurinacional. Pode ser que a Espanha caminhe para uma federação”, afirmou.

Caso a região catalã se tornasse independente, o professor de Relações Internacionais acredita que a Catalunha se tornaria um país inviável por conta das instituições que a cercam.

“ Alguns Estados já declararam que não aceitariam uma Catalunha independente, como México, Estados Unidos e França. Seria praticamente impossível que a Catalunha ingressasse na União Europeia, porque a entrada de novos membros demanda a aprovação de todos os membros atuais. E a Espanha é um deles”, salientou.