“Violência contra a mulher atinge todas as classes sociais”, afirma delegada Cássia Sertão

No mês em que se completam 11 anos de lei Maria da Penha, a violência contra a mulher ainda é assunto a ser reiterado e combatido. A delegada Cássia Sertão, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), lembra que a lei estruturou uma rede de proteção às vítimas, criando mecanismos de combate, proteção e punição à violência, mas que o problema não é só uma questão de segurança pública como também educação.

Em entrevista ao Diário do Estado, a delegada afirmou que o trabalho das delegacias especializadas é muito importante, uma vez que a instituição conta com profissionais que atendem as vítimas de forma mais sensível. “Há um acolhimento da mulher. Ela se sente mais protegida e confortável para denúncia”, conta. Conforme Sertão, as delegacias de atendimento à mulher ainda são uma realidade de capitais e interior sofre com a defasagem.

A lei Maria da Penha evidencia inúmeros tipos de violência. “Não é somente a violência física, têm a violência moral e verbal que atinge a mulher na alma”, relata a delegada. Segundo ela, a violência moral é naturalizada na sociedade e, muitas vezes, a vítima não percebe que está sofrendo tal agressão. Há ainda a violência patrimonial, em que o companheiro controla a finanças da mulher deliberadamente. “Ele obriga a mulher a entregar o salário, ele a tem como posse, assim como seus bens”, exemplifica.

Cássia Sertão falou, ainda, sobre as dificuldades de diminuir as estatísticas. “Quando se trata de violência da mulher, nós não temos um perfil. A violência atinge todas as classes sociais, ela está na sociedade”, pontua. Para ela, a educação impõe ao homem ser macho, resolver seus problemas com violência e se sentir superior às mulheres.

Denúncia

O primeiro passo para que as mulheres possam romper o silêncio e denunciar livremente seus agressores é um sistema que garanta a proteção das vítimas, garante a titular da Deam. “Uma polícia forte, um poder judiciário estruturado, participação da defensoria pública e casas abrigos”, cita.

Ela cita casos de feminícidio, quando o homicídio têm motivações machistas e possessivas em relação às mulheres, como o da estudante Mayara Amaral, de 27 anos, que foi assassinada pelo ex-namorado. “A sociedade machista deu ao homem a sensação de dominação. Ele acha que tem poder, inclusive, sobre a vida da mulher”, alerta.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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