Na tarde desta quarta-feira, 19, o padre Éverson de Faria Mello, diretor administrativo da Vila São Cottolengo, em Trindade, concedeu entrevista ao jornal Diário do Estado e falou sobre as condições da instituição filantrópica. O clérigo conta que o SUS é um dos fiadores, mas transfere receita insuficiente para manter todo o trabalho desenvolvido na Vila. (Veja a entrevista completa acima).
“Nós trabalhamos com o SUS (Sistema Único de Saúde). Mas elas são insuficientes. O SUS paga de R$ 4 a R$ 10 por uma consulta. Nós recebemos uma diária, mas ela, em hipótese alguma, cobre nossos custos. Nós concedemos cinco refeições diárias para cada interno, roupa lavada, médico, enfermagem, todos os tratamentos médicos e os medicamentos”, afirmou.
Para cobrir os custos, os administradores da instituição contam com doações avulsas de visitantes e também de apoiadores fixos mensais, explica o diretor administrativo.
“A Vila São Cottolengo tem que ser mantida por uma consciência social. Por isso, temos a ‘Empresas do Bem’, no qual empresas assumem um compromisso de, mensalmente, doar dentro das suas possibilidades, e o ‘Amigos do Bem’, no qual as pessoas deixam sua contribuição mensal”, salientou.
Marcante
Questionado sobre o caso mais marcante durante seus 15 anos trabalhando na Vila São Cottolengo, padre Éverson citou Pereira, que tem deficiência mental e conseguiu, com ajuda da instituição, superar a agressividade.
“Assim que assumi a Vila, nós o acolhemos. Ele tem uma deficiência mental e era muito agressivo. Quando ele chegou, nós tínhamos que manter um homem 24 horas ao lado dele. Tínhamos medo de ele acordar e agredir um interno. O Pereira me agrediu muitas vezes. Ele só se acalmava quando via sangue. Era terrível. Hoje, ele é de uma candura incrível, ele sorri”, relatou.