Presidente de sindicato dos árbitros cita desafios para profissionalização e elogia arbitragem goiana

O árbitro é uma das figuras mais importantes em qualquer esporte. Contudo, no Brasil, é também uma das funções mais ingratas. Semana após semanas, os profissionais de arbitragem sofrem com duras críticas de torcedores, jogadores, treinadores e analistas.

O nível da arbitragem de futebol nacional é por vezes questionado e aí começa-se a discutir a profissionalização dos árbitros. No Brasil, eles, embora sejam reconhecidos como profissão, são prestadores de serviço. Por isso, a arbitragem acaba se tornando uma espécie de bico.

O presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Goiás (Safego), Luciano Joka, estima que, para amenizar esses problemas, a profissionalização vai acontecer na faixa de dez anos. Embora veja que não há mais volta no caminho de tornar os árbitros profissionais, Joka destaca alguns pontos complicados de se resolver.

“No Brasil, o grande problema é quem pagará a conta da profissionalização. Quem seria o patrão? No caso seria a Fifa, a CBF, a FGF, ligas amadoras. No processo (de profissionalização), teríamos que passar, talvez, pela CLT, ter carteira assinada. A partir disso, viriam as contribuições. Os árbitros também teriam que se preparar mais, cumprir determinada carga horária. Seria um custo muito alto”, aponta.

Além do custo para se manter uma associação profissional, Joka prevê que a cobrança sobre os árbitros poderia ser ainda mais elevada. “Penso que o que impede é o tamanho do quadro, que teria que ser reduzido. Não compensaria ter um grupo muito grande. Tendo um grupo reduzido, o árbitro seria visto e lembrado mais facilmente. Os árbitros seriam bem visados. E se ele erra você vai demiti-lo?”, ressaltou.

Goiás se destaca

Árbitros e assistentes goianos como Wilton Sampaio, Fabrício Vilarinho e Bruno Pires integram o quadro da Fifa, além de sempre serem escalados para jogos decisivos de competições importantes, tanto nacional quanto internacionalmente.

“A arbitragem goiana é uma das melhores do país, se não for a melhor. Estamos com dois sextetos no Brasileirão Série A. Temos árbitros em vários jogos decisivos, como a semifinal da Copa do Brasil, clássicos. Estamos numa fase muito boa. Quando o jogo é decisivo, o pessoal (da CBF) sempre pensa em Goiás”, elogiou o presidente do Safego.

Toda a qualidade, de acordo com o presidente, vem de um árduo trabalho com um profissional de educação física, psicóloga e também em temas sociais.

“Temos desenvolvido um trabalho social. No dia 4, homenageamos todos os árbitros do nosso quadro. Montamos um time de futebol para representar o sindicato. Participamos do Campeonato Brasileiro de Árbitros de Futebol. Temos projetos sociais, como o ‘Árbitro e a Escola’, que leva os árbitros de futebol para dez escolas municipais. Já trabalhamos com mais de 1 mil crianças, levando-as para os estádios, ensinando as regras do futebol e combatendo a violência no esporte”, detalhou.

No dia 15 de novembro, os árbitros realizarão outra ação social. A corrida anual promovida pelo sindicato aliará atletismo e futebol, além de resgatar a história do Centro de Goiânia. “A corrida prega a valorização do Centro de Goiânia, que anda meio abandonado”, afirmou Joka.

A corrida dos árbitros passará pelo Setor Central e culminará com um jogo de amadores no Estádio Olímpico. O evento contará tanto com profissionais de Goiânia como de todas as regiões do interior do Estado.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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