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Presidente de sindicato dos árbitros cita desafios para profissionalização e elogia arbitragem goiana

Última atualização 15/09/2017 | 10:51

O árbitro é uma das figuras mais importantes em qualquer esporte. Contudo, no Brasil, é também uma das funções mais ingratas. Semana após semanas, os profissionais de arbitragem sofrem com duras críticas de torcedores, jogadores, treinadores e analistas.

O nível da arbitragem de futebol nacional é por vezes questionado e aí começa-se a discutir a profissionalização dos árbitros. No Brasil, eles, embora sejam reconhecidos como profissão, são prestadores de serviço. Por isso, a arbitragem acaba se tornando uma espécie de bico.

O presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Goiás (Safego), Luciano Joka, estima que, para amenizar esses problemas, a profissionalização vai acontecer na faixa de dez anos. Embora veja que não há mais volta no caminho de tornar os árbitros profissionais, Joka destaca alguns pontos complicados de se resolver.

“No Brasil, o grande problema é quem pagará a conta da profissionalização. Quem seria o patrão? No caso seria a Fifa, a CBF, a FGF, ligas amadoras. No processo (de profissionalização), teríamos que passar, talvez, pela CLT, ter carteira assinada. A partir disso, viriam as contribuições. Os árbitros também teriam que se preparar mais, cumprir determinada carga horária. Seria um custo muito alto”, aponta.

Além do custo para se manter uma associação profissional, Joka prevê que a cobrança sobre os árbitros poderia ser ainda mais elevada. “Penso que o que impede é o tamanho do quadro, que teria que ser reduzido. Não compensaria ter um grupo muito grande. Tendo um grupo reduzido, o árbitro seria visto e lembrado mais facilmente. Os árbitros seriam bem visados. E se ele erra você vai demiti-lo?”, ressaltou.

Goiás se destaca

Árbitros e assistentes goianos como Wilton Sampaio, Fabrício Vilarinho e Bruno Pires integram o quadro da Fifa, além de sempre serem escalados para jogos decisivos de competições importantes, tanto nacional quanto internacionalmente.

“A arbitragem goiana é uma das melhores do país, se não for a melhor. Estamos com dois sextetos no Brasileirão Série A. Temos árbitros em vários jogos decisivos, como a semifinal da Copa do Brasil, clássicos. Estamos numa fase muito boa. Quando o jogo é decisivo, o pessoal (da CBF) sempre pensa em Goiás”, elogiou o presidente do Safego.

Toda a qualidade, de acordo com o presidente, vem de um árduo trabalho com um profissional de educação física, psicóloga e também em temas sociais.

“Temos desenvolvido um trabalho social. No dia 4, homenageamos todos os árbitros do nosso quadro. Montamos um time de futebol para representar o sindicato. Participamos do Campeonato Brasileiro de Árbitros de Futebol. Temos projetos sociais, como o ‘Árbitro e a Escola’, que leva os árbitros de futebol para dez escolas municipais. Já trabalhamos com mais de 1 mil crianças, levando-as para os estádios, ensinando as regras do futebol e combatendo a violência no esporte”, detalhou.

No dia 15 de novembro, os árbitros realizarão outra ação social. A corrida anual promovida pelo sindicato aliará atletismo e futebol, além de resgatar a história do Centro de Goiânia. “A corrida prega a valorização do Centro de Goiânia, que anda meio abandonado”, afirmou Joka.

A corrida dos árbitros passará pelo Setor Central e culminará com um jogo de amadores no Estádio Olímpico. O evento contará tanto com profissionais de Goiânia como de todas as regiões do interior do Estado.