Dr. Alano Queiroz: “Vivemos uma epidemia de acidentes motociclísticos”

O ortopedista Dr. Alano Queiroz concedeu entrevista ao Diário do Estado e falou sobre a reconstrução óssea e o alongamento ósseo, uma de suas especialidades. Ele também citou a importância da fisioterapia, os riscos de não usar o capacete de forma adequada ao andar de moto e a importância de ir ao médico antes de praticar esportes.

Alano diz que a ortopedia evoluiu na reconstrução óssea. ”A reconstrução óssea e o alongamento ósseo é uma especialidade nova na ortopedia. Chegou em Goiás nos anos 90 de maneira tímida. Nos últimos anos vem ganhando bastante força. Foi baseada em uma descoberta russa de que o osso ao ser cortado e tracionado, ele pode regenerar e formar tecido ósseo”.

O ortopedista afirma que os acidentes de moto são os maiores responsáveis por tratamentos ortopédicos atualmente. “Moto hoje é o campeão. A gente vive uma epidemia de acidentes motociclísticos. As ruas não foram planejadas para termos essa quantidade de motos que temos hoje. E nesses acidentes as pessoas estão perdendo membros, fraturas graves, expostas, traumatismos cranianos e lotando os hospitais de urgência”.

Segundo o médico, é comum o motociclista não utilizar a trava do capacete forma correta. “Uma coisa que acontece muito é o motociclista não travar o capacete adequadamente. Ele preocupa com o capacete só por causa da multa. Mas quando tem o acidente, o capacete voa e ele sofre os danos da mesma maneira”.

Para ele a fisioterapia caminha junto com a ortopedia. “O ortopedista faz a cirurgia de fixação e estabilização da fratura, mas quem cola a fratura é o organismo da pessoa. Na recuperação é fundamental o fisioterapeuta. Ele está lado a lado com o ortopedista. E sem o fisioterapeuta para fazer essa reabilitação muitas vezes o resultado cirúrgico é inadequado. Só que na nossa cultura o paciente cobra do médico. O fisioterapeuta é muito importante. Na prática, metade acaba não fazendo fisioterapia. Alguns por falta de tempo, outros por não dar importância e outros por dificuldades técnicas no caso do SUS”.

De acordo com o Dr. Alano, as consequências de não se fazer fisioterapia podem ser graves “Rigidez articular, mancar de forma persistente, um período de recuperação maior do que se ela tivesse feito fisioterapia. E com isso tem a questão financeira. Se a pessoa demorasse quatro meses para retomar ao trabalho fazendo fisioterapia; caso ela não faça e demore oito, dez meses é todo um custo a mais que ela acaba gerando para o auxílio doença, por exemplo”.

O ortopedista citou que é importante que a pessoa procure o médico antes de fazer algum tipo de atividade física. “Nós não temos a cultura de verdadeiramente preparar para essa atividade física. Atividades físicas possuem graduações. Você que está sedentário há dez anos e fala que decidiu fazer crossfit ou correr dez quilômetros, a lesão é óbvia. As gradações são importantes no esporte. E a avaliação antes do exercício é importante. Basicamente, o ortopedista e o cardiologista devem ser vistos”.

Ele também destacou que deve haver um controle sobre o uso de salto alto. “O salto alto vai muda a carga da pessoa desde o pé, joelho e até a coluna. Algumas pessoas conseguem trabalhar isso um pouco melhor estabilizando a coluna. Mas isso é raridade. No pé a gente vê que aumenta as taxa de dor na parte anterior do pé e intensifica os sintomas de uma doença chamada neuroma de morton. A carga é feita para ser distribuída na parte anterior e posterior do pé”.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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