A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) inicia na próxima segunda-feira, 11, a Semana Neuro em Ação, que prossegue até o dia 15 de setembro. A iniciativa é social e, de acordo com o chefe de neurocirurgia do Hospital Geral de Goiânia (HGG), Carlos Roberto Drummond, alertar a população sobre três temas que preocupam os médicos. (Veja a entrevista completa acima).
“São temas básicos que tem machucado e causado mortalidade. O programa entra com a prevenção de mergulho em águas rasas, utilização do celular ao volante e cuidado com a postura”, afirmou.
Celular no trânsito
O uso do telefone celular ao volante, embora seja proibido e alvo constante de fiscalização, é comum. Por isso, conforme explica Drummond, causa um índice de mortalidade bastante elevado. “A mortalidade por usar o celular ao volante é seis vezes maior do que a pessoa dirigir embriagada”, exemplificou.
Os riscos de acidentes e mortes são tão grandes, que o neurocirurgia classifica o hábito como uma doença.
“Se ela tem uma origem, uma causa definida é uma endemia, como há dados estatísticos que comprovam mais de 13 mil mortes por mês pelo uso do celular ao volante, e tem cura, pode ser caracterizada como uma doença”, pondera.
Para resistir à tentação do imediatismo do celular, seja nas redes sociais ou de qualquer ferramenta, a forma mais fácil é ignorá-lo. “Tire o som do celular, vire-o, afaste-o. A tentação de pegar para resolver algo de imediato não mudará em nada a vida da pessoa. Pelo contrário, poderá acabar com a vida dela e de tantas outras pessoas”, ressalta Drummond.
Má postura
Outro tema abordado durante a Semana Neuro em Ação é a má postura. Também comum e às vezes relevado, o hábito de sentar-se de forma inadequada, bem como pressionar a coluna em demasia, pode causar vários danos ao indivíduo.
“A quantidade de pessoas que desenvolvem contraturas na lombar, hérnia ou outras doenças pela má postura é muito grande. É importante ficar sentado com as costas encostadas no espaldar da cadeira, na posição ergonômica”, lembra o médico.
Além de evitar posturas erradas ao sentar-se e deitar-se, o indivíduo deve ficar alerta para outros hábitos comuns do dia a dia. “Ao invés de agachar dobrando as pernas, as pessoas agacham inclinando as costas. Isso machuca o corpo. Pegar objetos com pesos muito maiores do que se pode também machuca o corpo. Quando se está com sobrepeso, ao invés de correr, caminhar”, salienta.
Mergulhos arriscados
A Semana também abordará o tempo “mergulho em águas rasas”. Atitudes como essa podem causar danos gravíssimos ao corpo, especialmente fraturas na coluna, que podem levar à paraplegia, e danos no cérebro, que podem causar tetraplegia.
Mas, além de nos preocuparmos com piscinas, rios e lagos, Drummond lembra do mar. “45% das fraturas de coluna cervical acontecem no litoral. As pessoas se divertem, bebem e a maré muda. Em determinados lugares, a maré pode abaixar o nível da água em mais de um metro, e as pessoas não sabem”, informou o neurocirurgião.