Presidente da Aafitego critica portaria que alterou definição de trabalho escravo

Segundo Odessa Arruda, governo trabalha para prejudicar fiscalização e atendendo desejos de ruralistas

A portaria promulgada na última semana pelo Ministério do Trabalho alterando os conceitos do trabalho escravo causou reações da sociedade e de órgãos internacionais. Segundo as novas regras, este tipo de crime só se configuraria caso o trabalhador tivesse o direito de ir e vir cerceado, além de outras modificações.

Nesta terça-feira, 24, porém, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a portaria. Embora, por ora, os efeitos das novas regras estejam inválidos, os auditores fiscais se mobilizaram. A presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho em Goiás (Aafitego), Odessa Arruda, ressaltou os prejuízos que seriam causados pela portaria. (Veja a entrevista completa acima).

“Essa lei quer que a gente classifique como trabalho escravo só se houver segurança armada. Ou seja, o trabalho pode continuar com jornada exaustiva, condições degradantes, falta de condições higiênicas que não se configuraria como trabalho escravo”, afirmou.

Outro ponto problemático da portaria, conforme explicou Arruda, é sobre a fiscalização. “A iniciativa também não poderia mais ser dos fiscais. A Polícia Federal teria que fazer o boletim de ocorrência constatando o trabalho escravo para depois a fiscalização ir”, disse. Segundo ela, seria inviável caracterizar o crime. “Seria difícil conseguir o flagrante. Por essa portaria, não é possível fiscalizar”, ressaltou.

Para a presidente a Aafitego, a norma foi negociada com a bancada ruralista. “É um desejo antigo dos empregadores rurais”, destacou. Segundo Arruda, o governo federal, mesmo antes da publicação da portaria, tem agido para prejudicar a fiscalização. “O governo contingenciou os recursos que deveriam ir para a fiscalização. Os recursos hoje são ínfimos. Já era estratégia do governo acabar com a fiscalização”, denunciou.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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