Presidente do Sinpro: “Uma sociedade que não valoriza o professor não tem futuro”

A educação é ponto fundamental na construção de qualquer país. No Brasil, porém, ela é tradicionalmente desvalorizada, a começar pela profissão do professor. Os mestres têm de lidar com um ambiente desfavorável, baixos salários e pouca perspectiva. Este foi o raciocínio apresentado pelo presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), Railton Nascimento. (Veja a entrevista completa acima).

Em entrevista ao Diário do Estado, o professor discorreu sobre diversos temas e, entre eles, a preocupação com o baixo interesse pela carreira docente.

“O professor sente que o ambiente não é favorável. Muitos colegas estão dizendo que vão abrir um negócio, um supermercado e empreender, porque não conseguem mais ter segurança na profissão de professor. A procura pelas licenciaturas hoje é mínima. Essa é uma questão gravíssima. Como vamos ter uma sociedade sem professores?”, afirmou.

Para o presidente, a própria população não reconhece a educação como deveria. “Uma sociedade que não valoriza a educação, que não valoriza o professor, é uma sociedade sem futuro. Todas as profissões dependem do professor. Sem o professor não se forma nenhum profissional”, enfatizou.

Temas polêmicos

De 2016 para cá, algumas modificações na educação tem sido propostas e efetivadas pelo governo. Uma delas foi a reforma do Ensino Médio, promulgada no ano passado. O presidente do Sinpro se diz contrário à alteração. Um dos pontos atacados por Nascimento é o notório saber, justificativa pela qual um profissional sem formação com licenciatura poderia lecionar.

“ O professor tem que ter uma formação adequada nas disciplinas pedagódicas, para que saibam lidar com a psicologia, filosofia e legislação educacional. É uma perspectiva muito perigosa a do notório saber”, argumentou.

Outro tema polêmico e em discussão no Brasil é o projeto Escola Sem Partido. Conforme expõem os defensores, o professor não poderia doutrinar o aluno para determinado viés ideológico político. Na opinião de Railton, porém, a proposta fere preceitos educacionais.

“A proposição de Escola Sem Partido é a tentativa de imposição de um pensamento uniformizado. É a tentativa de retirar da escola o pensamento crítico. É uma perspectiva que desrespeita o pluralismo de ideias assegurado pela Constituição Federal. O aluno tem de ter o direito de desenvolver um pensamento crítico tendo acesso a todo tipo de informação”, disse.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp