Apae de Anápolis é terceira do Centro-Oeste a oferecer reabilitação visual

A Apae de Anápolis recebeu certificado do Governo Federal que autoriza a instituição a atender pacientes em reabilitação visual. A instituição passará a receber verba específica para oferecer diagnóstico e tratamento na área, sendo a segunda Apae de Goiás, e a terceira do Centro-Oeste, a obter a oferecer este atendimento.

O processo para chegar à certificação CER IV começou em 2017. A sigla significa Centro Especializado de Reabilitação. Até agora, a unidade era certificada como CER III, estando apta a atender pacientes em reabilitação física, intelectual e auditiva. Agora, terá também a reabilitação visual.

De acordo com o Gerente Administrativo e Financeiro da Apae Anápolis, Cláudio Silva Campos, um dos responsáveis pelo projeto, o novo certificado eleva a capacidade da instituição para 4 mil atendimentos de reabilitação por mês. “A certificação do Governo Federal foi rigorosa e exigiu o cumprimento de 117 requisitos. Por isso a demora na tramitação. Foi um grande esforço da nossa equipe e um marco a ser comemorado”, explica.

Os atendimentos

Entre os pacientes atendidos estarão, por exemplo, crianças com cegueira congênita causada pela Toxoplasmose, pessoas que perderam a visão em parte ou totalmente – devido a doenças ou traumas diversos – e idosos cujo sentido tenha se degradado por processos naturais.

A instituição faz os atendimentos por meio de uma equipe multidisciplinar, formada por oftalmologista, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e pedagogo. Os profissionais atenderão crianças, jovens e adultos, numa abordagem que vai desde a identificação do problema, passando pelo desenvolvimento de habilidades que melhorem a qualidade de vida, até o ensino do Braille e o apoio psicológico.

“Com essa aprovação [do Governo Federal] , ficamos apenas no aguardo da emissão da Portaria, para que o trabalho seja iniciado nessa modalidade, que atenderá Anápolis e mais nove municípios da região”, explica o presidente da Apae de Anápolis, Vander Lúcio Barbosa.

O processo de reabilitação visual abrange a seleção, adaptação e concessão de auxílios ópticos, como bengala e prótese ocular, indicação de auxílios não ópticos, terapia multidisciplinar individual ou em grupo e adaptação para o uso da informática. Assim como os outros processos de Reabilitação, o trabalho social também se estende à família da pessoa com deficiência visual, buscando ampliar as possibilidades de desenvolvimento no contexto familiar. O foco é fortalecer as potencialidades e reduzir as vulnerabilidades dos familiares em relação à pessoa com deficiência, direcionando suas ações para o alcance de determinado objetivo.

Mercado de trabalho

O atendimento tem ainda o objetivo de inserir os pacientes no mercado de trabalho. A estratégia será a realização de atividades voltadas para a colocação da pessoa com deficiência em algum tipo de atividade laboral, sempre condizente com o potencial, condições físicas e aspirações dessa pessoa e, também, com a disponibilidade de vagas existentes no mercado.

Esse serviço utiliza a metodologia de Emprego Apoiado, que surgiu há mais de 30 anos, nos Estados Unidos, como uma tecnologia social criada para promover a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. As ações envolvem assessoria, orientação e acompanhamento personalizado e individualizado da pessoa com deficiência, realizados dentro da empresa, considerando a função exercida por ela no trabalho. Assim, segundo a Apae, a ideia é garantir a permanência no emprego, nas mesmas condições de trabalho oferecidas às outras pessoas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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