O apagão que atingiu Espanha e Portugal em 28 de abril teve início em uma queda abrupta de geração elétrica em uma subestação localizada em Granada. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 14, pela ministra da Energia da Espanha, Sara Aagesen, durante declaração ao parlamento.
Segundo a ministra, falhas subsequentes ocorreram em Badajoz e Sevilha, comprometendo ainda mais o sistema. Esses três incidentes, cuja causa ainda está sendo investigada, resultaram em uma perda total de 2,2 gigawatts de geração de energia e desencadearam uma série de desligamentos em cascata na rede elétrica.
“Estamos analisando milhões de dados. Já sabemos que as perdas de geração começaram em Granada, Badajoz e Sevilha”, afirmou Aagesen. Ela explicou que a investigação está em curso e que não há, até o momento, respostas simples para o episódio, classificado como sem precedentes.
As autoridades espanholas estão avaliando relatos de volatilidade registrados pelas operadoras nos dias que antecederam o apagão e investigam se uma tensão excessiva na rede pode ter contribuído para o colapso. No entanto, o governo já descartou hipóteses como ataque cibernético à operadora Red Eléctrica de España (REE), desequilíbrio entre oferta e demanda ou insuficiência na capacidade da rede.
O episódio também reacendeu o debate sobre a matriz energética espanhola, que tem ampliado o uso de fontes renováveis e mantém um plano de desativação gradual das usinas nucleares até 2035.